JANOT CONFESSA QUE TRABALHAVA EM MEIO A BEBIDA 01/10/2019
- CLÁUDIO HUMBERTO - DIÁRIO DO PODER
Um bar com bebidas alcoólicas em sala anexa ao próprio gabinete, na Procuradoria Geral da República (PGR), pode render dissabores a Rodrigo Janot.
Em seu livro, onde também revela o plano de matar o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, Janot conta que foi na “Farmacinha”, o bar do seu gabinete, onde saboreou pela primeira vez as gravações de Joesley Batista com o então presidente Michel Temer.
“Batemos ao teto!”, exultou um auxiliar na Farmacinha.
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SE BEBER, NÃO ACUSE
Janot relata no livro que às vezes reunia sua equipe na “Farmacinha” e “todos voltavam ao trabalho” após “uma dose de qualquer bebida”.
CANA HETERODOXA
“Para tudo, moçada! Todo mundo para a Farmacinha, sô!”, dizia Janot quando queria a equipe participando de uma “solução heterodoxa”.
CARINHOSO INCREMENTO
“Farmacinha”, disse Janot, foi o “nome carinhoso” que deu à geladeira com bebidas usada para “incrementar” sua sala de descanso.
SERIA "ETC" O TIRA-GOSTO?
Ao definir a “Farmacinha”, Janot afirmou que mantinha “vinho, cerveja, uísque, cachaça, rum, vodca, gim etc”. Só faltou explicitar o “etc”.
BRASÍLIA DISCUTE EXTINÇÃO DE "AGÊNCIA REGULADORA"
Tomando dos pagadores de impostos do Distrito Federal R$ 64,1 milhões por ano, seu orçamento de 2019, dos quais R$ 26,5 milhões são gastos com pessoal e penduricalhos e salários de quase R$ 27 mil mensais, a “agência reguladora” Adasa está pronta para ser extinta, por sua inutilidade.
O despreparo e imprevidência da Adasa levou Brasília a um racionamento de água, em 2017, que durou um ano e meio.
PURO DESPERDÍCIO
A Adasa torra R$ 19,4 milhões em custeio e outros R$ 7,8 milhões em ações (quais mesmo) de “regulação”, seja lá o que isso signifique.
ESCASSEZ DE COMPETÊNCIA
Ontem, após o fim do período de quatro meses de seca, a Adasa apareceu para exigir um “plano” para enfrentar a escassez.
PARA QUE AGÊNCIA?
Em 2017, Brasília só ficou sabendo do colapso no abastecimento de água quando faltou água nas torneiras. A Adasa é que não avisou.
DEU NO WSJ
Parte da mídia brasileira fez que não viu, mas o Wall Street Journal, um dos mais influentes do mundo, domingo (30), publicou artigo de elogios à “revolução de mercado” do presidente Jair Bolsonaro no Brasil.
LIVRO DE GRAÇA
Se foi para turbinar as vendas do seu livro que o ex-procurador Rodrigo Janot se expôs, confessando plano para matar ministro do Supremo e revelando seu boteco na Procuradoria Geral da República, isso não deu certo.
O conteúdo do livro já circula nas redes sociais. De graça.
GILMAR NÃO LEU
Gilmar Mendes ainda não leu o livro em que Janot relata o plano para matá-lo “com um tiro na cara”.
O ministro disse que é ocupado demais para isso. Ademais, nunca respeitou a qualidade do texto do ex-PGR.
NA REPARTIÇÃO, É CRIME
Experiente na política e ministro de Estado várias vezes, Delfim Netto ironizou ontem a “Farmacinha” de Rodrigo Janot na PGR: “No meu tempo no serviço público, isso era crime...”
INDIGNAÇÃO SELETIVA
Grupos que tentam organizar protesto contra o Fundão Sem Vergonha, que pode chegar a R$ 3,7 bilhões, não conseguem mobilizar estudantes que foram às ruas após o governo contingenciar dinheiro da educação.
COMBATE À SECA
O TCU alerta para a falta de planejamento estruturado para combater a seca e enchentes. Análise dos investimentos entre 2012 e 2018 mostra que a distribuição não é uniforme e prejudica o semiárido nordestino.
ADVOCACIA CRIMINAL
O presidente da Associação Nacional da Advocacia Criminal (Anacrim), Bruno Espiñeira Lemos, nomeou Daniela Tamanini presidente da Comissão Especial da Cannabis Medicinal e vice-presidente da Comissão da Mulher Criminalista.
JOGO RÁPIDO
Aprovação da PEC da reforma da Previdência na CCJ do Senado hoje é tida por governistas e oposição como garantida. Fala-se em votação simbólica. Já no Plenário, serão necessários 49 votos favoráveis.
PENSANDO BEM…
...essa será a primeira vez que uma farmacinha vai dar dor de cabeça.