Diversidade sexual, amor e fé 27/09/2007
- Gibran Lachowski*
Um dia desses eu estava olhando prum anjo dum quadro. Tinha pernas grossas. Lábios carnudos. Lindo o anjo. Perguntei ao vendedor o motivo de toda aquela sedução na imagem. Ele me disse: “É que anjo não tem sexo. É homem e é mulher”. Aí matei a charada: a vida é feita de misturas, até entre o que parece ser oposição. Fiquei chocado, mas continuei a vida (risos).
E hoje vejo que ainda vemos pouco. Mas percebo que nosso caminho é o de enxergar mais. Abrir horizontes, respeitar as pessoas. Esse nosso machismo histórico, também entre milhões de mulheres, é algo que temos de superar. Pois é tão mais belo sentir um Deus que é homem e que é mulher. É tão mais santificado estar em comunhão com uma espiritualidade que se faz em nome do Pai e em nome da Mãe.
E na lida do dia-a-dia, falando dos movimentos sociais, tem algo que me preocupa. É o tal senso corporativo dos movimentos. Quem é da luta sindical tem de se aproximar da luta que faz o pessoal do hip hop, que tem de se aproximar da luta de quem lida com o movimento comunitário, e assim devem caminhar as coisas. Pelo menos penso eu assim.
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Tão maravilhoso é quando nós empunhamos bandeira contra o capitalismo dilacerante, percebendo que ao fazer isto também estamos na luta contra o preconceito relativo à diversidade sexual. Homem beija homem já há quanto tempo? Mulher já beija mulher há quanto tempo? Há milhares de anos. E mesmo assim Deus não jogou praga que acabasse com o mundo. Acho que o bom Deus até sorri pra tudo isso, pois que gosta de nos ver feliz.
E antes que alguém mencione, com toda a petulância que possuo, acho que há muito sobre Sodoma e Gomorra que ainda não nos contaram. E pressinto que o que nos foi ocultado não é diabo, mas ao contrário, é divina paixão.
Por tudo o que aí está, e por todo o tanto que ainda nos falta, é que te convido a participar da Parada da Diversidade Sexual de Cuiabá. Será nesta sexta, dia 28, com concentração a partir das 14 horas na praça Santos Dumont, na avenida Getúlio Vargas, centro da cidade.
Ainda bem que o Sindjor (Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso) estará lá, com faixa contra o machismo, contra o racismo, contra a homofobia. Em defesa do respeito, em defesa da cidadania, em defesa do amor. A postura do Sindjor, creio, é pensamento solidário. Solidariedade entre movimentos sindical, comunitário, estudantil, indigenista, ambientalista e tudo o mais. Algo tipo... contra o capitalismo e em defesa do amor, pois assim a gente se constrói mais semelhante à imagem de Deus.
Até lá, gente de fé dos pés à alma.
...
*Gibran Lachowski é jornalista e militante das Pastorais Sociais
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Comentários dos Leitores Os textos dos leitores são apresentados na ordem decrescente de data. As opiniões aqui reproduzidas não expressam necessariamente a opinião do site, sendo de responsabilidade de seus autores.
Comentário de Juliano Maramutz (maramutz@hotmail.com) Em 28/09/2007, 19h53
Corregedor Preconceituoso
Apesar de discordar bastante do Corregedor, ele tem idéia bem articulada. Só que cometeu preconceito ao dizer que gay de esquerda é aberração da natureza. Ele que tanto defendeu no seu comentário a liberdade individual, porque ser tão preconceituoso conrtra quem queira ser gay e socialista, por exemplo.
Quem disse que na Parada da Diversidade Sexual não há gays, bissexuais, travestis e transsexuais de esquerda? O Corregedor parece que não participa das Paradas. Tem, na verdade, uma certa teoria, embromação.
E, Corregedor, não é Parada Gay. É Parada da Diversidade Sexual. Pelo respeito a todas as pessoas e pelo luta social em prol do Socialismo no Brasil, em Mato Grosso, em Cuiabá!
Comentário de corregedor (correg@hotmail.com) Em 27/09/2007, 11h24
Aparelharam até a parada gay
Que meigo. Parada Gay contra o capitalismo selvagem... Só rindo.
Em Cuba, no Irã ou na China os dissidentes e gays vão é pro paredón. Bom mesmo é contestar o regime dentro do capitalismo e da democracia. Dá um ar de romantismo retrô.
As paradas gays originaram em São Francismo (EUA), berço do capitalismo, e rapidamente ganharam o mundo. Tudo de forma espontânea e anárquica. Uma manifestação pela liberdade individual.
A prática da esquerda brasileira de aparelhar até sindicato de flanelinha não deixou de fora um movimento que reúne milhões de pessoas (gays, simpatizantes e defensores da liberdade individual). Deve ser por isso que passou a rolar subsídio de dinheiro público para a realização das passeatas. Esquerdista adora uma teta pública, daí a defesa intransigente do coletivismo.
Se tem uma coisa que não combina com socialismo é o movimento gay. Homossexualismo rima com liberdade individual. Liberdade individual é condição básica do capitalismo. Nunca dos regimes totalitários e socialistas.
Gay de esquerda é aberração da natureza. Mas a esquerda vai lá tentar aparelhar o movimento, colocar faixas e gritar palavras de ordem. Tudo é festa. A liberdade individual abarca até o direito de quem briga com a lógica e a coerência de raciocínio.