Ação colombiana no Equador foi ¨legítima auto-defesa¨, diz WSJ 04/03/2008
- BBC
Imprensa internacional destaca conflito na América do Sul e possíveis soluções
Um dos principais jornais dos Estados Unidos, o Wall Street Journal defende em editorial nesta terça-feira a ação militar colombiana no Equador que resultou na morte de um dos principais líderes das Farc, o comandante Raul Reyes, e foi o pivô de uma grave crise diplomática entre a Colômbia e seus vizinhos Equador e Venezuela.
Segundo o jornal, ¨a ação chocou os terroristas (como o jornal se refere aos guerrilheiros das Farc) porque ocorreu no Equador. A guerrilha estava acostumada a operar dentro da Colômbia para depois escapar da perseguição dos militares colombianos no refúgio seguro do Equador e da Venezuela¨.
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¨Dessa vez os militares colombianos resolveram ir em frente, por razões legítimas de auto-defesa¨, diz o jornal.
¨Duvidamos que os Estados Unidos teriam parado suas tropas na fronteira, se terroristas tivessem bombardeado alvos no Texas de algum ponto no México¨, diz o jornal.
¨Mas o que realmente deve ter irritado Chávez foi a captura do laptop de Reyes¨, diz o jornal americano. O laptop ¨revela segredos de Chavez¨, chamado pelo jornal de ¨valentão colombiano¨.
Citando declarações do chefe de polícia da Colômbia, general Oscar Naranjo, o jornal diz que ¨o laptop mostrou que a Venezuela teria pago US$ 300 milhões às Farc em troca da recente libertação de seis reféns¨.
¨Insulto¨
Na Espanha, o El País afirma em editorial que ¨Chávez quer capitalizar a equivocada operação colombiana contra as Farc no Equador¨.
¨Mais uma vez o exagero veio do líder venezuelano, que insultou de modo chulo seu homólogo colombiano e usou linguagem bélica inadmissível em quem não é parte prejudicada. O afeto de Chávez pelas Farc - para quem pede status de Exército combatente - arrasa a decência mínima que se exige de um chefe de Estado¨, afirma o El País.
Na França, o jornal Le Monde diz que ¨pela primeira vez na história, a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, de extrema esquerda) foi ferida no coração¨.
O Le Monde ainda pergunta se, com a morte de Reyes, as Farc vão adotar uma linha dura, militarista, ou aceitar a negociação política.
¨De imediato, ela (a morte de Reyes), não pode fazer nada, a não ser complicar a comunicação com as Farc. Será que Ingrid Betancourt (refém das Farc), que parece estar à beira da morte, e seus companheiros de infortúnio poderão suportar muito mais tempo nessa situação?¨ BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.