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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Solução ambiental para usinas da Amazônia é criticada por técnicos
17/03/2008 - Leonardo Godoy - O Estado de S.Paulo

Apontadas como a solução técnica para que o potencial hidrelétrico da região amazônica possa ser aproveitado com poucos danos ambientais, as chamadas usinas a ¨fio d´água¨, que têm reservatórios reduzidos, estão sendo criticadas por alguns engenheiros justamente pelo fato de armazenarem pouca água.

Para esses especialistas, o maior trunfo ambiental desse tipo de hidrelétrica, que é o baixo nível de alagamento, é também um problema do ponto de vista energético, já que essas usinas não conseguem formar estoques substanciais de água, diminuindo, em muito, a capacidade de gerar energia em períodos de seca.

A técnica do ¨fio d´água¨ começou a ser debatida mais intensamente durante o processo de licenciamento ambiental das usinas do Rio Madeira (Santo Antônio e Jirau). O fato de os projetos das duas obras demandarem lagos pequenos foi preponderante para que as licenças fossem emitidas.


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A usina de Jirau, por exemplo - que vai a leilão em maio - inundará uma área de 258 quilômetros quadrados e terá um potencial de geração de 3.300 megawatts (MW). Isso significa que vai alagar 0,08 quilômetros quadrados para cada MW. A média nacional das usinas existentes - que em sua maioria têm grandes represas - é de 0,52 quilômetros quadrados por MW.

¨Sem reservatório, a usina hidrelétrica deixa de ter uma das principais vantagens dela, que é o armazenamento de água. Na época da seca, essas novas usinas praticamente não vão gerar. E aí, o que vamos fazer, pedir mais gás para a Bolívia?¨, disse o presidente do Instituto de Engenharia, Edemar de Souza Amorim.

REGIÃO NORTE

Considerando que a maior parte das novas usinas hidrelétricas deverá ser instalada na Região Norte - que é mais sensível do ponto de vista ambiental -, a tendência desses projetos é de também terem reservatórios diminutos. ¨As dificuldades de licenciamento são grandes e acabam impondo essa situação¨, disse o diretor de Projetos de Energia da Construtora Camargo Corrêa, Marco Bucco. Segundo ele, a redução dos reservatórios fará com que o Brasil fique mais dependente das usinas termoelétricas, uma vez que essas futuras grandes usinas terão pouca capacidade de geração na seca.

Uma obra que ajuda a ilustrar essa situação é a Usina de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), que deverá ir a leilão em 2009. O projeto que está nas mãos do governo prevê que a usina atingirá uma potência total de 11.182 MW e terá um lago de 440 quilômetros quadrados.

Segundo o gerente de Estruturas e Geotecnia da Eletronorte, Humberto Rodrigues Gama, para que Belo Monte opere a pleno vapor será necessária uma vazão de 14 mil metros cúbicos de água por segundo. Na época de cheia (mais ou menos de novembro a junho), a vazão do rio chega a uma média de 25 a 30 mil metros cúbicos por segundo. Assim, segundo Gama, como o reservatório da usina é pequeno e não tem capacidade para reter muita água, praticamente todo esse excedente da época da cheia deverá ser desperdiçado.

Por outro lado, no pico da estação seca, em outubro, o fluxo do rio cai para apenas 1.500 metros cúbicos por segundo. Segundo o engenheiro, com essa vazão, a usina poderia manter apenas duas turbinas gerando cerca de 1.100 MW, ou seja, cerca de 10% da potência original da hidrelétrica.

GRANDE LAGO

A situação já é diferente no caso de outra usina do Pará, a de Tucuruí, no Rio Tocantins. Com potência instalada de 8.370 MW, essa usina, que opera desde 1984, tem um grande lago de 3 mil quilômetros quadrados. Mas, no pico da seca, ela produz, na média, 2.200 MW, ou 26% da potência total.

¨Fazer um reservatório grande não é nenhum bicho-de-sete-cabeças. Além disso, no lago criam-se peixes e alternativas econômicas. Em Tucuruí, por exemplo, existem 6 mil pescadores cadastrados¨, disse o engenheiro da Eletronorte.

Marco Bucco, da Camargo Corrêa, ressaltou ainda que, com grandes reservatórios, a operação do sistema tem mais margem de manobra, já que a geração das usinas pode ser aumentada ou reduzida, dependendo das necessidades do momento. ¨Eles aumentam a segurança energética do País.¨

Pequenos reservatórios são tendência na região

Defensor das usinas hidrelétricas como fonte de energia, o diretor de Licenciamento Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Roberto Messias, avalia que reservatórios de maior porte só são justificáveis se, comprovadamente, a relação custo-benefício para a sociedade for compensadora.

¨Não tem sentido sacrificar uma área de conservação ou um território indígena para gerar mais 30 ou 40 megawatts (MW). Há grandes reservatórios que têm papel de regularização (das águas). Mas, para isso, tem de comprovar o custo-benefício. Não é só inundar o máximo para ter o maior rendimento¨, disse Messias. Segundo ele, a construção de usinas com pequenos reservatórios vai contra os interesses econômicos das empresas do setor.

Para o engenheiro Eduardo de Freitas Madeira, consultor da Secretaria de Planejamento Energético do Ministério de Minas e Energia, é a própria formação geográfica do Norte do País - próxima fronteira hidrelétrica a ser explorada - que faz com que as usinas com pequenos reservatórios sejam uma tendência na região. Segundo ele, as usinas mais antigas, nas Regiões Sul e Sudeste, beneficiaram-se do fato de o relevo ser mais montanhoso.

Já na Região Norte, onde predominam as planícies, a construção de grandes barragens inundaria grandes áreas. Além disso, como os rios amazônicos têm grandes volumes de água, não seria simples construir barragens capazes de armazenar a vazão da época da cheia.

  

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