Fusão Oi/Brasil Telecom deve provocar demissão de 3.000 31/03/2008
- Folha Online
A fusão entre a Oi (ex-Telemar) e a Brasil Telecom -- cujo acordo foi fechado na última sexta-feira, mas a comunicação oficial ao mercado ainda não ocorreu -- deve resultar na demissão de até 3.000 funcionários, informa nesta segunda-feira Mônica Bergamo, colunista da Folha de S.Paulo.
Segundo a coluna, a informação é de um dos executivos que participa das negociações. O enxugamento deve ocorrer em setores em que haverá superposição, como call center, marketing e jurídico.
Outro executivo afirmou, por sua vez, que ¨pode haver movimentação de 3.000 funcionários¨, mas as demissões não chegarão a uma cifra tão alta --ele estima demissão de 1.500 funcionários no prazo de um ano. Por outro lado, o mesmo executivo afirma que, no longo prazo, ¨o número de funcionários vai pular de 15 mil para 25 mil¨.
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Mônica Bergamo informa ainda que Luiz Eduardo Falco, presidente da Oi, é o preferido de Luciano Coutinho, presidente do BNDES -- o banco financiará a operação -- para comandar a ¨supertele nacional¨, que recebe apoio do governo para surgir.
Acordo
Todas as pendências envolvendo os sócios Citigroup e Opportunity, do empresário Daniel Dantas, e fundos de pensão, que eram o último empecilho na BrT, foram resolvidas na sexta-feira da semana passada, quando o acordo foi fechado.
A assinatura de um acordo prévio foi feita na sede da Andrade Gutierrez, em Botafogo, no Rio de Janeiro, onde estava montada uma espécie de ¨quartel general¨ com as partes envolvidas. Nos últimos dias, os negociadores viraram noites para o acordo ser fechado.
Segundo informou o grupo Oi no mês passado, a compra do controle acionário da Brasil Telecom Participações -- controladora da companhia telefônica Brasil Telecom -- poderia custar entre R$ 4,5 bilhões e R$ 5,2 bilhões.
O negócio ainda depende de mudança na legislação do setor -- já que atualmente é proibido uma empresa de telefonia fixa comprar outra de diferente área de atuação --, e de aprovação pelos órgãos reguladores.
Costa disse esperar uma resposta da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que estuda mudanças no PGO (Plano Geral de Outorgas), para então encaminhar o documento para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deverá editar um decreto com a mudança.
Com a finalização da compra, o mercado de telefonia no país terá uma nova configuração. A nova Oi pode ter 29,6% do faturamento total das operadoras de telefonia fixa, celulares, banda larga e TV por assinatura, contra 29,9% da Telefônica/Vivo, 20,1% da Claro/ Embratel e 12,1% da TIM.