TV transformou um crime monstruoso num show vergonhoso 22/04/2008
- Hélio Fernandes
Desde o início venho criticando o excesso de ¨cobertura¨ das televisões (abertas ou por assinatura) a respeito do assassinato da menina Isabela. Sempre deixei bem claro que considero o crime monstruoso, revoltante, verdadeiramente inacreditável. Mas sem o delírio por audiência das televisões, a opinião pública não teria sido ¨estremecida¨ da maneira que foi, e haveria justiça com muito maior profundidade.
Agora, o competente Daniel de Castro revela os números: ¨A audiência dos telejornais subiu 46 por cento com a cobertura do assassinato¨. No momento, se esses telejornais quiserem parar, não dá mais.
A TV a cabo da Net (Globonews) chegou a ter 5 equipes em locais diferentes, visivelmente açulando, que palavra, o povão. Por que ¨esqueceram¨ o crime também monstruoso do jornalista que assassinou a namorada pelas costas, está ¨marciotomasbastamente¨ em liberdade?
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Para reafirmar o que disse aqui no dia 30.
1 - O assassino final é o pai.
2 - Será denunciado por crime duplamente qualificado.
3- Planejamento.
2 - Impossibilidade da vítima se defender.
4 - Como não havia mais ninguém no apartamento, a madrasta é quase tão culpada quanto o marido.
5 - Será denunciada como cúmplice participante, que poderia ter evitado o crime.
6 - Ao contrário, participou de tudo, da mesma forma que o marido.
7 - Se um dos dois decidisse, não haveria o assassinato brutal.
8 - Tendo participado ou deixado de participar do planejamento, os dois convergiram para o mesmo objetivo, o assassinato.
9 - Falta o motivo, para a polícia, mas não para outras pessoas, como este repórter.
10 - Ele matou por amor à mulher para provar que a paixão por ela estava acima de qualquer coisa.
11 - A exigência de mostrar à mulher que a paixão por ela estava além do amor filial levou-o ao assassinato. Premeditado.
12 - Mas ela tinha Poderes, condições e circunstâncias de impedir o assassinato.
13 - Não impediu e ainda colaborou.
14 - As televisões são responsáveis pela duração da investigação.
15 - Com a visibilidade garantida, os delegados ¨foram e voltaram¨, retardaram, insistiram com a perícia para que demorassem o mais possível. Todos de olho na promoção e repercussão.
16 - O promotor ocupava horários inteiros da televisão, falando o dia todo e não dizendo coisa alguma, pois a ¨polícia insistia que tudo estava sendo conduzido em sigilo¨.
17 - Sigilo que era quebrado diversas vezes para a Globo e o ¨Jornal Nacional¨, que explicavam sempre: ¨Depoimentos que obtivemos com exclusividade¨.
18 - Por que essa exclusividade? É evidente que sou a favor do trabalho jornalístico ou o que chamam de ¨jornalismo investigativo¨. Mas receber tudo com prioridade e os outros sendo preteridos?
19 - A polícia, deslumbrada com a ¨cobertura¨ da televisão, ¨esqueceu¨ de dois fatos importantíssimos: a reconstituição e a acareação entre marido e mulher. 19 - É evidente: a polícia quer que o assunto permaneça o maior tempo possível na televisão.
20 - Com isso, o casal tentou forjar o ¨terceiro personagem¨ no apartamento, ¨tese¨ que não ¨colava¨ de jeito algum.
Agora, veja o cidadão-contribuinte-eleitor, quanto tempo ainda o assassinato e a televisão continuarão enganando a todos? E não se esqueçam do que haverá no julgamento. Há muito tempo não acontece crime como esse, o País vai parar sem dúvida alguma.
...
PS - Para terminar: o casal não tem perfil de criminoso. Mas não há como defendê-los ou explicar o que aconteceu. A menos que apareça um ¨fantasma¨, com arma, motivo, confissão, testemunhas que provem que esse ¨fantasma¨ se materializou no apartamento, não há personagens mais culpados e indefensáveis do que o pai e a madrasta.
PS 2 - Sinceramente peço a Deus que comprove a existência desse ¨fantasma¨.