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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Produção estagnada
28/04/2008 - O Estado de S.Paulo

Há dois anos, o governo gastou muito dinheiro em publicidade para comemorar a auto-suficiência do País em petróleo. Dizia-se que finalmente o Brasil deixaria de gastar dólares com a importação de petróleo. Desde então, com a conta petróleo, os gastos só cresceram. No ano em que o governo proclamou a auto-suficiência, a balança comercial de petróleo e derivados registrou um déficit de US$ 3,2 bilhões. Em 2008, apesar dos anúncios de descobertas de campos com imensas reservas, pode chegar a US$ 8 bilhões.

No primeiro trimestre deste ano, o déficit alcançou US$ 1,4 bilhão, como admitiu a Petrobrás - ou US$ 3,1 bilhões, segundo fontes privadas, que incluíram as importações de gás natural e hulha. Com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), essas fontes constataram a ocorrência de um déficit de US$ 8 bilhões nos últimos 12 meses.

A balança comercial do petróleo sempre foi negativa, mas o desequilíbrio se reduziu expressivamente entre 2000 e 2003, passando, respectivamente, de US$ 6,42 bilhões para US$ 2,53 bilhões, segundo estimativas de uma empresa privada de consultoria citadas há alguns dias pelo jornal Valor. Em 2004, conforme essas estimativas, o déficit chegou a US$ 5,74 bilhões, recuando para US$ 4,18 bilhões, em 2005, e para US$ 3,2 bilhões, em 2006. Mas, no ano passado, avançou 80%, alcançando US$ 5,8 bilhões. Os dados da Petrobrás, usando critérios diferentes, indicam pequenos superávits desde 2005.


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O saldo da conta petróleo depende do aumento da produção da Petrobrás e de refinarias com capacidade de processar o óleo pesado extraído dos campos brasileiros. Com a estagnação da produção e a falta de investimentos em novas refinarias, o País importa mais petróleo a preço recorde no mercado internacional - acima dos US$ 110 o barril, nos últimos dias -, enquanto exporta, a preços menores, o excedente de óleo pesado.

As exportações brasileiras de petróleo bruto e gasolina apresentaram crescimento impressionante: de US$ 1,12 bilhão, em 1999, passaram para US$ 4,90 bilhões, em 2003, e US$ 16 bilhões, em 2007, com projeção para US$ 20,8 bilhões neste ano. Mas as importações cresceram em ritmo ainda maior, chegando a US$ 21,8 bilhões, em 2007. Em 2008, devem alcançar US$ 28,8 bilhões.

O setor de petróleo tem sido marcado, nos últimos tempos, mais por anúncios de descobertas de grandes jazidas - que têm sido explorados politicamente, como foi o caso, há dias, da apressada estimativa feita pelo diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, do potencial do Campo Carioca, durante o período de operação do mercado financeiro, o que afetou fortemente as negociações com ações da Petrobrás - do que por realizações destinadas a expandir a produção.

Normalmente, entre a descoberta de um campo e o início da produção decorrem alguns anos. Mas, tendo sido contemplada por descobertas que só produzirão petróleo no futuro, a Petrobrás parece ter esquecido o presente. O diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (Cbie), Adriano Pires, observa que a Petrobrás não está atingindo os níveis de produção por ela previstos. A conta petróleo está ¨muito deficitária¨ porque ¨a produção brasileira praticamente não cresceu em 2007¨, segundo ele.

Em seu Oil Market Report de 11 de abril, a Agência Internacional de Energia (IEA) deu destaque para o Brasil entre os produtores não pertencentes à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), mas reviu para baixo suas projeções: ¨Nós moderamos nossas projeções de 2008 para a produção brasileira, em linha com os dados atuais mais baixos de janeiro e as últimas projeções próprias da Petrobrás de uma produção de (óleo) cru em torno de 2 milhões de barris por dia neste ano.¨

O déficit da conta petróleo será um complicador para a balança comercial, cujo saldo registra um rápido declínio. Conforme a pesquisa Focus, feita pelo Banco Central com departamentos econômicos de bancos e consultorias, o saldo comercial, de US$ 40 bilhões em 2007, deve ficar em US$ 25 bilhões em 2008. A previsão do superávit vem caindo nas pesquisas semanais do Banco Central, e um dos motivos da queda é justamente a evolução da conta petróleo.

  

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