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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

O gol contra do Itamaraty e do PT
04/07/2008 - Kennedy Alencar*

Correndo o risco de soar com engenheiro de obra feita, parece razoável considerar que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva acumulou mais erros do que acertos ao tratar do imbróglio Colômbia-Farc. Um dos acertos evidentes foi ter atuado como mediador da recente crise entre os presidentes da Colômbia, Equador e Venezuela --respectivamente, Álvaro Uribe, Rafael Corrêa e Hugo Chávez.

Mostrou-se correta a estratégia de evitar a internacionalização de um conflito após a incursão militar colombiana em território equatoriano em 1º de março para matar Raul Reyes, então número dois das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

No calor daquela crise, era fundamental impedir que a retórica incendiária de Chávez envenenasse ainda mais as relações entre Uribe e Corrêa. No entanto, o Brasil destacou mais a violação territorial do Equador do que a condescendente relação daquele país com uma guerrilha contaminada pelo narcotráfico. O Brasil pegou leve com as Farc, pressionando para que ela fosse aceita como ator político na Colômbia em troca liberação de reféns. Uma condenação mais firme à guerrilha, sinalizando a elevação de seu isolamento internacional, teria sido a coisa certa a ser feita pelo governo Lula. Mas a ação brasileira soou algo solidária à guerrilha.


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Hoje, fica fácil dizer que a atitude do governo Lula em relação às Farc foi tímida porque Uribe deu um show com uma operação militar daquelas que virarão filme em Hollywood. Infiltrou militares da inteligência na guerrilha e libertou Ingrid Betancourt, três americanos e 11 policiais e militares colombianos. Analistas especializados dizem que foi um golpe fatal nas Farc. Se Uribe tivesse falhado, talvez a via negociada estaria sendo apontada hoje como o caminho a trilhar. Mas os fatos são os fatos. E o caminho militar libertou Ingrid e os reféns mais valiosos da guerrilha.

O Brasil não teve papel relevante nessa operação. Aliás, não teve papel nenhum. A França de Nicolas Sarkozy também ficou à margem, mas, como Ingrid é franco-colombiana, o presidente e Carla Bruni vão pegar carona no sucesso da operação de resgate que Uribe levou a cabo com ajuda vital dos Estados Unidos.

Nesse episódio, a tal liderança regional que o Itamaraty tenta conferir a Lula não deu o ar de sua graça. A simpatia excessiva do PT pelas Farc e a ilusão do Ministério das Relações Exteriores de que o Brasil lidera o subcontinente foram más conselheiras do presidente brasileiro.

Tentação autoritária

O apoio de Ingrid Betancourt à possibilidade de Álvaro Uribe concorrer a um terceiro mandato é um desserviço à democracia na Colômbia e na América Latina. Vamos ver a reação daqueles que condenaram fortemente as tentativas de continuísmo de Chávez e as trapalhadas de petistas e aliados que sonham com o terceiro mandato de Lula.

Ou será que tem gente que vai usar o argumento de que uma guerrilha em decadência é uma ameaça militar a justificar a permanência no poder de um líder forte? Olha, tem chance de aparecer gente para mandar os escrúpulos de consciência às favas. Afinal, autoritários seriam Lula e Chávez.

...

*Kennedy Alencar é colunista da Folha Online

  

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