China é parceiro mais promissor para a AL do que a Rússia, diz ¨Economist¨ 28/11/2008
- BBC
Rússia e Irã estão se aproximando da América Latina de olho na promoção de negócios e iniciativas conjuntas, mas uma nova parceria com a China é mais promissora para a região, diz artigo na edição desta semana da revista ¨The Economist¨.
O artigo fala que a reunião da Apec (Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), em Lima, no Peru, proporcionou uma oportunidade para um giro pelo continente aos presidentes russo, Dmitry Medvedev, e chinês, Hu Jintao.
Enquanto Hu preferiu se concentrar na Costa Rica e em Cuba, Medvedev fez visitas ao Brasil e à Venezuela. Na Costa Rica o líder chinês reforçou os laços de amizade entre os dois países melhores representados pelo repúdio dos costariquenhos na ONU das pretensões de independência de Taiwan.
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Na Venezuela, Dmitry Medvedev fechou acordos de vendas de armas com o governo de Hugo Chávez, mas pode vir a fechar acordos semelhantes com o Brasil.
De acordo com Paulo Sotero, o analista do instituto de ciências políticas Woodrow Wilson Center citado pela reportagem da revista, a visita de Medvedev ao Brasil é um sinal de que o governo brasileiro está dizendo à Rússia que o país é o melhor parceiro no continente.
Segundo a revista, o Brasil pode comprar helicópteros russos e vê espaço para colaboração com a Rússia em tecnologia nuclear civil e aeroespacial.
No ano passado, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, visitou a América Latina e assinou acordos de cooperação com a Venezuela. ¨O motivo para o recente interesse na América Latina parece ser um desejo de aumentar seu pequeno estoque de amigos diplomáticos no mundo, e marcar pontos de propaganda contra os Estados Unidos.¨
Mas essas aproximações são limitadas, de acordo com o artigo.
¨As ambições intercontinentais de Irã, Rússia e Venezuela (...) têm sido alimentadas pelo petróleo, e portanto são vulneráveis a uma queda acentuada em seu preço¨, disse a revista.
¨A mudança duradoura para a América Latina está nos laços que nascem com a China. Na reunião da Apec (Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), a última viagem ao exterior de (o presidente americano, George W.) Bush, (o presidente chinês) Hu (Jintao) foi o centro das atenções.¨
O comércio chinês com a América Latina passou de apenas US$ 12,2 bilhões em 2000 para US$ 102 bilhões no ano passado, diz o artigo.
Mas, apesar da promissora aproximação chinesa, os maiors parceiros comerciais da América Latina são Europa e Estados Unido, de acordo com a ¨Economist¨. ¨E o líder estrangeiro que a maioria dos políticos latino-americanos tem mais ansiedade em ver no ano que vem é Barack Obama¨.