capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 23/11/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.921.298 pageviews  

MT Cards Que tal mostrar a cara de Mato Grosso?

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Regularização fundiária
08/12/2008 - O Estado de S.Paulo

Pode ser uma boa notícia, desde que não signifique a simples troca de seis por meia dúzia. O governo federal já elaborou o texto de medida provisória que tira do Incra a função de regularizar as terras na Amazônia Legal. Quem passará a exercer tal função será um órgão a ser criado: a Agência Executiva de Regularização Fundiária da Amazônia (Aerfa), vinculada diretamente à Presidência da República. Essa agência deverá normatizar, organizar e coordenar a implementação do processo de regularização de terras da região, considerado o primeiro passo para a concretização do chamado Plano Amazônia Sustentável (PAS).

Diz o simples bom senso - com base em princípio elementar da racionalidade administrativa - que, se um órgão público não está funcionando a contento, o certo é adotar providências saneadoras para fazê-lo funcionar, e não criar outro para exercer suas funções e mantê-lo em estado de sobrevida vegetativa - já que isso implicaria desperdício ostensivo de dinheiro público. Era de supor que um órgão que já tem em sua denominação a função de ¨colonização¨ - discutível que seja a permanência atual do sentido histórico do termo - e de ¨reforma agrária¨ tivesse, como principal acervo, conhecimentos técnicos de natureza fundiária. E esta é uma área de complexidade compatível com a multiplicidade de conflitos envolvendo posses, terras devolutas, indígenas, conflitos judiciais, produtividade rural, situação dos trabalhadores do campo, questões ambientais e mais um sem-número de problemas de relevante interesse social. Mas o Incra enveredou pelo viés político-ideológico.

Foi no primeiro mandato do presidente Lula que as superintendências regionais do Incra foram ¨aparelhadas¨ - vale dizer, integradas por pessoas cujo melhor conhecimento ¨técnico¨ é a militância política. Tolerantes (para não dizer reverentes) aos movimentos ditos sociais - mesmo quando estes se mobilizavam em esbulhos e vandalismos notoriamente contra a lei -, os agentes do Incra nunca promoveram a pacificação no campo - independentemente de considerar se lograram fazer avançar ou não o programa de reforma agrária. Pelo que se sabe - nos bastidores - a transferência das questões fundiárias do Incra para a Aerfa será feita porque ¨o Incra costuma tomar decisões mais políticas do que técnicas¨. Pois não era isso o que queria o governo petista ao aparelhar o órgão?


PUBLICIDADE


Disse o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, o coordenador do PAS: ¨A insegurança jurídica causada pela desordem fundiária é obstáculo fundamental ao desenvolvimento da Amazônia. Por isso, a regularização fundiária é hoje a prioridade absoluta de todos os governadores e consenso na sociedade civil da região.¨ E, procurando dar uma abrangência maior à questão, envolvendo os interesses das regiões, acrescentou o ministro: ¨A Aerfa será uma autarquia leve e flexível, voltada ao planejamento, condução estratégica e monitoramento das ações de regularização fundiária executadas pelos institutos estaduais de terra conveniados (...) porque não há como resolver o problema fundiário da Amazônia sem colaboração entre a União, os Estados e os municípios.¨ Vê-se, assim, que pelo menos na intenção o objetivo estratégico do governo passou a ser o de dar à questão fundiária um tratamento mais técnico do que político.

Resta esperar que a Aerfa não venha a significar mais um espaço ¨aparelhável¨ da administração pública federal. E que venha a conseguir, de fato, com a parceria das instituições regionais, resolver o complicado problema da regularização fundiária da Amazônia. Afinal, como explicou o ministro Unger, ¨Estima-se que hoje de 400 mil a 500 mil posses - cerca de 90% dos estabelecimentos rurais da Amazônia - sejam irregulares. E, a cada ano, formam-se novas 10 mil posses.¨

A questão da regularização fundiária no País também se despolitiza - no bom sentido - quando a Advocacia-Geral da União (AGU) se dispõe a rever o problema da demarcação de terras de remanescentes de quilombos, determinando que só as efetivamente ocupadas pelas comunidades são passíveis de titulação.

  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
14/08/2023 - NONO NONO NONO NONO
11/08/2023 - FRASES FAMOSAS
10/08/2023 - CAIXA REGISTRADORA
09/08/2023 - MINHAS AVÓS
08/08/2023 - YSANI KALAPALO
07/08/2023 - OS TRÊS GARÇONS
06/08/2023 - O BOLICHO
05/08/2023 - EXCESSO DE NOTÍCIAS
04/08/2023 - GUARANÁ RALADO
03/08/2023 - AS FOTOS DAS ILUSTRAÇÕES DOS MEUS TEXTOS
02/08/2023 - GERAÇÕES
01/08/2023 - Visitas surpresas da minha terceira geração
31/07/2023 - PREMONIÇÃO OU SEXTO SENTIDO
30/07/2023 - A COSTUREIRA
29/07/2023 - Conversa de bisnetas
28/07/2023 - PENSAR NO PASSADO
27/07/2023 - SE A CIÊNCIA NOS AJUDAR
26/07/2023 - PESQUISANDO
25/07/2023 - A História Escrita e Oral
24/07/2023 - ESTÃO ACABANDO OS ACREANOS FAMOSOS

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques