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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Alerta nas contas externas
09/12/2008 - O Estado de S.Paulo

Tem faltado financiamento para o setor produtivo brasileiro desde que o crédito ficou escasso no mercado externo, mas as conseqüências do arrocho bancário internacional ainda podem ser mais graves para o Brasil. O cenário traçado no último relatório trimestral do Banco de Compensações Internacionais (BIS, sigla de Bank for International Settlements), de Basiléia, também conhecido como banco central dos bancos centrais, sugere que a rolagem dos débitos de curto prazo será mais difícil no próximo ano. O risco é tanto maior quanto maior a parcela dos débitos que vencerá nos próximos 12 meses. No caso brasileiro, essa parcela é próxima de 50% do valor devido aos bancos, segundo os dados do relatório, e deve ficar na casa dos US$ 60 bilhões.

Segundo os últimos números divulgados pelo Banco Central (BC), a dívida total com vencimento previsto até outubro do próximo ano chega a US$ 71,9 bilhões. Esse valor inclui todos os tipos de compromissos - não só os débitos com bancos, portanto. Não seria motivo para preocupação, se o quadro fosse de normalidade na economia global, pois o serviço da dívida tem representado valores próximos de 20% das exportações de mercadorias. Com a crise, no entanto, o Brasil fica exposto à conjunção de três fatores negativos: a retração do comércio internacional, o encolhimento do crédito externo e a redução prevista do investimento direto estrangeiro.

A situação brasileira é melhor que a de boa parte dos emergentes, de acordo com o relatório do BIS, porque a economia brasileira, nos últimos anos, dependeu menos do que muitas outras do financiamento externo de suas contas. Mais delicada é a posição de vários países da Europa Oriental, que acumularam déficits em conta corrente e dependeram de muito recurso estrangeiro para equilibrar o balanço de pagamentos. A conta corrente brasileira foi superavitária entre 2003 e 2007 e só voltou ao vermelho neste ano.


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Até agora, as contas externas brasileiras atravessaram sem grande abalo a turbulência internacional, mas nem por isso o governo deveria menosprezar os perigos à frente. Nos 12 meses terminados em outubro, o déficit na conta corrente (formada pelas balanças comercial, de serviços e de transferências unilaterais) chegou a US$ 26,56 bilhões, mas o investimento estrangeiro direto, nesse período, chegou a US$ 38,16 bilhões e foi mais que suficiente, portanto, para fechar o rombo.

Para o próximo ano as perspectivas não são tão favoráveis. Para um crescimento econômico de 2,5%, o mercado financeiro prevê um déficit de US$ 30 bilhões em conta corrente. O investimento direto estrangeiro é estimado em US$ 24 bilhões, insuficiente, portanto, para compensar o resultado da conta corrente. Será preciso cobrir a diferença com mais dívida ou com perda de reservas.

A situação do balanço de pagamentos ficará bem menos confortável se a esses problemas se acrescentar uma dificuldade maior para a rolagem da dívida vencida.

Os motivos de preocupação, no entanto, não se esgotam no curto prazo. A política anti-recessiva dos Estados Unidos impõe ao Tesouro americano gastos enormes e uma grande expansão de sua dívida. Essa tendência será mantida, por algum tempo, no governo do próximo presidente. Tanto para financiar quanto para refinanciar essa dívida, o governo americano será forçado a tomar enormes volumes de recursos no mercado financeiro. Já se prevê um novo período de ¨crowding out¨, um fenômeno ocorrido nos anos 80, quando o Tesouro dos Estados Unidos entrou no mercado como um elefante num espaço apertado, expulsando os demais candidatos a empréstimos.

Se as piores previsões não se confirmarem, tanto melhor para todos. Mas a pior atitude, neste momento, seria desprezar os sinais de alerta.

O governo brasileiro cometerá um erro grave se optar pelo crescimento econômico sustentado apenas no mercado interno. Esse crescimento só não será altamente inflacionário se a importação continuar elevada. Isso enfraquecerá as contas externas e a aventura poderá terminar, mais uma vez, no Fundo Monetário Internacional (FMI).

Nenhum governante responsável poderá ficar tranqüilo enquanto a economia dos Estados Unidos não se normalizar. Foi lá que começou a crise e lá ela terminará.

  

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