capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 23/11/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.935.127 pageviews  

MT Cards Que tal mostrar a cara de Mato Grosso?

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Chorrilho de disparates
16/01/2009 - O Estado de S.Paulo

Fiel ao seu conveniente princípio de conduta política -- não entrar em bola dividida, como diria ele, com o seu gosto pelas metáforas futebolísticas --, o presidente Lula deixa o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, à vontade em campo para ameaçar o empresariado com represálias às demissões, além de produzir um chorrilho de disparates sobre a crise que já atingiu a economia nacional. Para punir empresas que demitem ele falou, na terça-feira, em corte de crédito dos bancos estatais. O que levou o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, a cobrar dele "a lista das empresas salvas" e a adverti-lo de que "não é hora de fazer demagogia".

Felizmente, na entrevista ao Estado de ontem, o tom mudou nessa questão das conversações entre empresários e empregados: "se as partes envolvidas acordam não cabe ao poder público intervir", disse ele. Mas o resto da entrevista foi um chorrilho de disparates. O pensamento vivo de Lupi se compõe de duas peças de puro desvario. Uma acusa empresários "espertos" de desempregar, "forçando a mão para pressionar (o governo), para ganhar uma margem de lucro maior".

A outra peça contém a previsão de que a crise do desemprego no Brasil "não dura mais que dois meses" - portanto, a onda de desemprego "está no fim". Em março recomeça a geração de empregos e o ano fechou com saldo positivo de 1,5 milhão de novos postos de trabalho. Indo mais longe do que Lula com a sua teoria da "marolinha", Lupi enriquece o festival de besteiras que assola o governo com a "filosofia de vida de carioca". Ela consistiria em saber que a onda que "parece que vai matar todo mundo acaba em espuma na beira da areia". (A onda que se ergueu no Oceano Índico em dezembro de 2004, o tsunami, matou 230 mil pessoas antes de virar espuma.)


PUBLICIDADE


O ministro finge esquecer que não se demite por esperteza, muito menos por malvadeza. Os custos monetários e operacionais das demissões são o (alto) preço que um empresário sério se vê compelido a pagar como derradeiro recurso para prevenir que sua empresa passe por abalos ainda piores do que o impacto dos cortes de mão-de-obra. Dizendo o que sabe ser falso, Lupi age irresponsavelmente, fomentando antagonismos no momento em que o País mais precisa de diálogo entre os agentes produtivos. Aliás, em sua entrevista, Lupi mudou, outra vez, de tom, passando do otimismo irresponsável para o mais sombrio pessimismo, quando falou sobre as propaladas 600 mil demissões de dezembro. "É exagero?", perguntou ao jornalista. "Não posso afirmar", respondeu. "Os números estão sendo fechados. Mas a previsão é muito maior. Eu já esperava que ia ser ruim, mas não tanto."

Mas esperar o quê? Esse é o ministro que em 2007 desmoralizou a Comissão de Ética Pública do Planalto ao desprezar as suas reiteradas advertências de que o exercício simultâneo da presidência de um partido (o PDT) afrontava o Código de Conduta da Alta Administração Federal.

Felizmente, tudo indica que o presidente não concorda com o que diz seu ministro. "A empresa demite não porque quer", reconhece uma fonte próxima de Lula. "É porque precisa." Se assim é, obviamente, "a única solução é ativar a economia", excluída, por impossível, a alternativa de "obrigar uma empresa a contratar ou impedi-la de demitir". De mais a mais, "as empresas estão tomando crédito para manter a cadeia produtiva". Logo, a melhor forma de estimular o emprego não é ameaçar empresas com a suspensão do crédito oficial, mas ampliá-lo e adotar medidas eficazes de estimulo à atividade.

Mas Lula marcou uma conversa com Lupi para a segunda-feira. Antes disso, tem mais o que fazer. Voltando de merecidas férias de 15 dias, viajou ontem para a Bolívia, a fim de participar da inauguração de um trecho de estrada. Na realidade, Lula vai fazer o papel de cabo eleitoral de Evo Morales, a pedido deste, preocupado com o referendo do domingo da próxima semana sobre a nova Constituição do país. O primeiro giro presidencial do ano terminará - onde mais?- na Venezuela para um "encontro de trabalho" com Hugo Chávez, que se prepara para nova campanha eleitoral, esta para conseguir que a população referende a emenda constitucional que permitirá sua reeleição até o fim dos seus dias.

  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
14/08/2023 - NONO NONO NONO NONO
11/08/2023 - FRASES FAMOSAS
10/08/2023 - CAIXA REGISTRADORA
09/08/2023 - MINHAS AVÓS
08/08/2023 - YSANI KALAPALO
07/08/2023 - OS TRÊS GARÇONS
06/08/2023 - O BOLICHO
05/08/2023 - EXCESSO DE NOTÍCIAS
04/08/2023 - GUARANÁ RALADO
03/08/2023 - AS FOTOS DAS ILUSTRAÇÕES DOS MEUS TEXTOS
02/08/2023 - GERAÇÕES
01/08/2023 - Visitas surpresas da minha terceira geração
31/07/2023 - PREMONIÇÃO OU SEXTO SENTIDO
30/07/2023 - A COSTUREIRA
29/07/2023 - Conversa de bisnetas
28/07/2023 - PENSAR NO PASSADO
27/07/2023 - SE A CIÊNCIA NOS AJUDAR
26/07/2023 - PESQUISANDO
25/07/2023 - A História Escrita e Oral
24/07/2023 - ESTÃO ACABANDO OS ACREANOS FAMOSOS

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques