Uma grande bobagem está em moda no nosso futebol atualmente. Eu estou falando dos jogadores que não comemoram gol contra times em que já jogaram ou têm alguma ligação. O jogador diz que isso é profissionalismo ou respeito ao time que o acolheu de alguma forma. Quanto mais paternalista foi o clube, mais "respeito". Parece que fazer o gol no clube foi um castigo supremo.

O que eu não me conformo é que muitos atletas que usam essa atitude demagógica e oportunista de veneração aos seus antigos clubes não foram nada éticos quando vestiam a camisa deles. Eles deveriam ter toda essa dedicação quando vestiam a camisa do clube. Só que, quando estavam no time que tanto exaltam, não faltaram casos de atrasos em treinos, briga com companheiros, simulações de contusões e até casos de forçar sua saídas.

O engraçado é que nossos éticos jogadores não pensam duas vezes em fazer corpo mole para derrubar técnico e não são nada discretos em boicotar, ou seja, não passar a bola para algum companheiro. Sem dizer que eles não se cansam de desrespeitar os companheiros de profissão com agressões covardes, quase todas quando o adversário está de costas e sem chances de se defender.


PUBLICIDADE


Mas, voltando à falta de comemorações dos gols, o artilheiro que respeita tanto o adversário esquece que está deixando de lado quem paga seu salário agora. A torcida e seus companheiros querem ver respeito enquanto ele veste a camisa do clube. Depois ele já é adversário.

Será que esses demagogos nunca pensaram que a torcida adora ver seus jogadores comemorando gols, com ela, principalmente quando o tento é marcado num arquirrival? Esse comportamento de reverência ao adversário pode passar para muita gente que o jogador pode perder um gol para não prejudicar o ex-clube --isso eu acho difícil-- ou forçar uma suspensão para não jogar contra um antigo time. Bom, aqui não faltam coincidências nos últimos anos.

Também chama atenção os diversos problemas judiciais e financeiros que algumas pessoas ligadas ao futebol estão passando, principalmente quando vários desses que encaram dificuldades são pessoas que sempre ganharam muito bem, aliás, muito acima da média dos seus companheiros de profissão.

Pensava, mas mudei rapidamente de opinião na última semana, que não veríamos grandes jogadores, que ganharam muito dinheiro, passando necessidade. Não vai demorar muito e logo veremos partidas beneficentes para jogadores que ganharam muito dinheiro com a explosão dos salários nas últimas duas décadas. É duro ver que os atletas não sabem viver longe do futebol após terminarem suas carreiras ou quando estão sem emprego.

Dói observar que eles continuam sendo presas fáceis de aproveitadores que se passam por amigos de infância, mulheres e sanguessugas que só querem tirar proveito e dinheiro. Inclusive alguns que gastam enormes fortunas para pagar chantagistas com a garantia da não revelação de algum escândalo. Os atletas, com medo e culpa no cartório, pagam.

Infelizmente, quem ganha fortuna rápido no futebol pensa que é muito malandro, mas não tem a mínima noção do que fazer com o dinheiro. Montar restaurantes, ser empresário de conjuntos de pagodes e intermediar aplicações financeiras não são atividades fáceis para os mais experientes no ramo, imagine então para os nossos amadores e despreparados boleiros, cercados por aproveitadores.

Já passou da hora de perdoamos com muita facilidade qualquer ato absurdo dos jogadores. Isso só faria bem para os atletas.

Compartilhe: