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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

As inaugurações de projetos
24/02/2010 - O Estado de S.Paulo

Ao discursar na cerimônia de sanção da lei que criou a Universidade Federal da Integração Latino-Americana, em janeiro, o ministro da Educação afirmou que o governo do presidente Lula está batendo o recorde no setor, tendo criado 13 instituições federais de ensino superior, em quase oito anos de gestão. O recorde anterior era do presidente Juscelino Kubitschek, que criou 10 universidades em um mandato de cinco anos. "O governo Lula é o que mais fez pela educação superior", disse o ministro Fernando Haddad, no evento convertido em mais um comício político em favor da candidatura da ministra Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto.

De lá para cá, o noticiário da imprensa sobre duas universidades federais mostra que tipo de instituições de ensino superior estão sendo erguidas pelo presidente "recordista".

A primeira é a Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha (UFVJ), em Minas Gerais. Lançada há três anos, com pompa e circunstância, até agora ela só tem dois dos dez prédios previstos. Apesar de até hoje não ter água, refeitório, biblioteca e professores suficientes e precisar suspender as aulas quando chove, há duas semanas Lula fez mais uma "inauguração" na UFVJ -- lançando o campus avançado de Mucuri. Na ocasião, o único fato que fugiu do controle dos marqueteiros presidenciais foi o protesto dos estudantes, que acusaram Lula de inaugurar o que não existe. "Somos frutos de uma expansão sem qualidade e sem investimentos", disseram.


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A segunda instituição com problemas semelhantes ao da UFVJ é a Universidade Federal do ABC (UFABC), criada em 2004 num dos principais redutos eleitorais do PT e que acabou sendo decisiva para que o partido reconquistasse a prefeitura do município de São Bernardo -- o berço político de Lula. A universidade foi criada porque, para o governo, a região necessitava de uma instituição de ensino superior de ponta. Ou seja, uma universidade com "pedagogia inovadora", capaz de alargar as fronteiras do conhecimento científico e tecnológico com base num projeto de caráter interdisciplinar, que foi apresentado como "pioneiro", por conciliar "formação integral com visão histórica da civilização e inserção social no sentido amplo".

Na sua retórica eleitoral, o governo não faz por menos! Porém, o que foi prometido no palanque ainda está longe de ser entregue aos moradores do ABC. Quase seis anos depois, as obras em Santo André estão atrasadas, tendo sido inaugurado, até agora, um único prédio -- como sempre, com discurso de Lula. Entre 2005 e 2009, o presidente já participou de cinco solenidades na instituição, sendo a última em agosto passado, quando lançou a "pedra fundamental" do campus de São Bernardo. Até hoje, a obra não passou disso.

O calendário escolar da UFABC vem sofrendo adiamentos e alguns cursos têm sido dados com base na improvisação, pois não estão conectados com a internet. Desde que começou a funcionar, há quatro anos, a instituição já teve quatro reitores -- o que mostra a sua desorganização. Os problemas de gestão e logística são tão grandes que enorme quantidade de estudantes está abandonando a UFABC. Dos 4,5 mil alunos selecionados entre 2006 e 2009, apenas 2.617 permanecem frequentando as aulas. Nas três primeiras turmas de história, a taxa média de evasão foi de 42% -- uma das mais altas do País.

O mais grave é que o maior número de desistentes é de estudantes "cotistas", para os quais é reservada metade das vagas nos vestibulares. Eles não tiveram o preparo suficiente para acompanhar os cursos. E, como a política de cotas é uma das bandeiras políticas mais vistosas do governo Lula, para tentar reter os cotistas a UFABC ampliou as bolsas de auxílio socioeconômico e para moradia. Cada uma garante R$ 300 ao aluno -- ao todo, são cerca de 700 bolsas distribuídas atualmente. Ao ser empossado há três semanas, o novo reitor, Helio Waldman, prometeu reduzir a taxa de evasão para 10%, até 2014, mas não explicou como atingirá essa meta. "Há uma certa lentidão crônica, cuja origem não saberia reconhecer", diz ele.

A afirmação é exemplar, pois mostra o saldo das "inaugurações de projetos que continuam sendo projetos" -- ou seja, as pedras fundamentais e os esqueletos de obras que o presidente Lula inaugura com muito rojão e discurseira.

  

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