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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

O Brasil pós-crise
12/03/2010 - O Estado de S.Paulo

O pior efeito da crise econômica, para o Brasil, foi a queda de quase 10% no valor dos investimentos em máquinas, equipamentos e construções, como confirmam as contas nacionais divulgadas nessa quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por isso, 2009 não foi um ano perdido apenas em termos de crescimento econômico. A contração de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) está longe de ser desastrosa. A perda mais importante foi outra: o País aplicou muito menos que o necessário para modernizar e ampliar sua capacidade produtiva e garantir, dessa maneira, condições mais sólidas para a expansão nos anos seguintes. A queda do investimento de 18,7% para 16,7% do PIB entre 2008 e 2009 é o dado mais negativo, em termos estratégicos, no cenário do ano passado.

Mas também há aspectos positivos no quadro apresentado pelo IBGE. Os números confirmam uma recessão curta, com apenas dois trimestres de duração, o último de 2008 e o primeiro do ano passado. A tendência mudou a partir do segundo trimestre, o crescimento acelerou-se. Nos três meses finais de 2009 o PIB aumentou 2%, em ritmo equivalente, portanto, a 8,2% anuais. Ninguém espera a manutenção desse impulso.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reafirmou a previsão de crescimento de 5,7% em 2010. Será um resultado satisfatório, especialmente se o setor privado voltar a investir com vigor e o governo conseguir desemperrar suas obras.


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Os últimos dados, tanto oficiais quanto privados, mostram o fortalecimento progressivo da economia. No trimestre final de 2009 o investimento foi 6,6% maior que no anterior. Em janeiro, segundo o IBGE, o setor de bens de capital, isto é, de máquinas e equipamentos, produziu 0,1% menos que em dezembro, mas 12,8% mais que um ano antes. O desempenho do setor ainda foi insatisfatório, mas confirmou a disposição dos industriais de voltar a investir com vigor.

Os números do comércio varejista em janeiro, recém-distribuídos pelo IBGE, também confirmam a boa disposição dos consumidores e justificam amplamente o otimismo demonstrado pelos empresários. A criação de 23 mil empregos pela indústria paulista em fevereiro é outro sinal animador e mais um estímulo para a expansão da capacidade produtiva.

Todos esses dados constituem bons argumentos a favor do otimismo exibido pelo ministro da Fazenda e pelo presidente da República. A economia brasileira tem condições para crescer mais que 5% neste ano, sem restrições muito importantes a curto prazo.

Apesar das pressões inflacionárias notadas nos últimos meses, não há, por enquanto, razões para se temer um grande surto de aumento de preços até o fim do ano. Mas o Banco Central (BC) continuará atento aos sinais de alerta e, se for o caso, deverá estar pronto para uma ação preventiva.

O Comitê de Política Monetária (Copom), responsável pela política de juros, provavelmente levará em conta, em sua avaliação do risco inflacionário, a administração das contas públicas. O Executivo reduzirá o perigo de uma nova alta de juros se adotar, de forma clara e confiável, uma política mais austera de contenção de gastos. Mas essa hipótese é altamente improvável em ano de eleições.

Um crescimento econômico seguro e duradouro dependerá não só do volume e da qualidade do investimento, mas também da solidez das contas externas. Quanto ao investimento, o setor privado tem geralmente feito sua parte. Mas o governo tem sido ineficiente na realização das obras dependentes do Tesouro e na orientação dos gastos educacionais. A dificuldade de preencher vagas em vários setores mostra o descompasso entre a política educacional e as necessidades do País.

Quanto ao setor externo, a evolução do déficit em conta corrente começa a ficar preocupante. Já há previsões de um buraco de US$ 60 bilhões no próximo ano. Não será, ainda, uma situação de grande perigo iminente, mas o País estará, com certeza, mais vulnerável do que hoje a uma piora do quadro internacional. O governo não deveria menosprezar os efeitos de um aumento dos juros nos principais mercados.

A melhora das contas externas dependerá fundamentalmente do aumento da exportação. Também nessa área o setor empresarial tem feito a sua parte. Mas o País não pode dispensar por mais tempo uma séria política de competitividade.

  

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