Um dos mais famosos cineastas brasileiros, Cacá Diegues nunca estudou pedagogia, mas acaba de mostrar, aos 70 anos de idade, como se ensina o prazer de aprender e, ao mesmo tempo, como combater a violência. Sua experiência se chama "5xFavela" -- as imagens e o detalhamento estão no www.catracalivre.com.br. É algo que deveria ser acompanhado por todos os governantes preocupados com educação.

Ele chamou centenas de jovens dos morros do Rio para produzirem cinco histórias sobre as favelas. Participaram não só como autores, mas da criação do argumento, do roteiro, da fotografia, cenário, figurino, num processo colaborativo, no qual Cacá Diegues foi uma espécie de facilitador.

O resultado é extraordinário -- e, por isso, acaba de ser selecionado para o festival de Cannes.


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Quanto mais se gerarem, dentro e fora das escolas, chances para os jovens se expressarem e produzirem, tornando-se autores nas mais diversas áreas do conhecimento, haverá menos violência e mais prazer de aprendizado --vejo esse tipo de resultado em todos os projetos que conheço e do qual participo dentro e fora do Brasil.

Como os pré-candidatos à Presidência Serra (PSDB) e Dilma (PT) afirmam que o tema juventude será central em suas campanhas, eles deveriam imediatamente conhecer a eficiência de experiências como a de Cacá Diegues.

É preciso ser muito desinformado para imaginar que, na era da interatividade, jovens vão conseguir aprender sentados numa sala de aula, vendo uma lousa.

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*Gilberto Dimenstein é membro do Conselho Editorial da Folha de S.Paulo e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz.

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