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O Outro Lado Porque tudo tem dois, menos a esfera.

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Inflação e otimismo
31/03/2011 - O Estado de S.Paulo

A inflação deve ficar em 5,6% este ano e aproximar-se do centro da meta, 4,5%, só no fim de 2012, segundo o novo cenário básico do Banco Central (BC). Apesar disso, há um certo otimismo na edição de março do Relatório de Inflação, um amplo panorama econômico divulgado a cada três meses pela autoridade monetária. De acordo com as projeções do relatório, a política fiscal será executada com rigor e produzirá o superávit primário estipulado para o ano, de R$ 117,9 bilhões, cerca de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, o crescimento econômico será suavemente reduzido para 4%, a demanda interna será acomodada e a economia global continuará em recuperação. O buraco nas contas externas aumentará mais lentamente que em 2010 e será facilmente financiado graças, principalmente, ao ingresso de investimentos diretos.

Na prática, o BC desistiu de conduzir a inflação ao centro da meta, em 2011, porque o custo dessa freada seria muito alto para a economia nacional. Mas a produção de bens e serviços, de toda forma, deverá crescer apenas 4%, numa trajetória bem distante da observada no ano passado, quando o PIB cresceu 7,5%, de acordo com a primeira estimativa do governo. As medidas de ajuste adotadas até agora pelo BC - aumento de juros e limitação do crédito - ainda não produziram todos seus efeitos na economia. A contenção de gastos anunciada pelos Ministérios da Fazenda e do Planejamento também deverão contribuir para a acomodação da economia, segundo a avaliação do BC. A divulgação das contas públicas de fevereiro, prevista para hoje, vai mostrar resultados animadores, anunciou ontem o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton. O governo, segundo ele, caminha para cumprir a meta fiscal de 2011.

Talvez ele esteja certo, mas a experiência autoriza algum ceticismo. Convém esperar mais tempo para saber se o governo de fato se dispõe a cumprir a promessa de austeridade, porque as pressões políticas a favor da gastança continuam fortes. O bom resultado de um mês ou dois, especialmente no começo do ano fiscal, é uma base muito limitada para justificar uma aposta no rigor fiscal do governo da União.


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Os sinais de moderação do crescimento econômico ainda são incertos, como reconhecem os autores do relatório. O crédito continua em expansão, como indicou o próprio BC, na terça-feira, em seu relatório de política monetária. O crescimento está menos intenso, de acordo com os autores do relatório, mas ainda parece arriscado apontar uma nova tendência.

Além disso, o emprego continua aumentando, assim como o bolo salarial. Ainda na terça-feira, novos dados sobre a atividade industrial paulista mostraram um aumento de 3,4% em apenas um mês na folha salarial, descontada a inflação. A própria inflação, como reconhecem os economistas do BC, tem sido o principal fator de moderação do aumento do salário, porque a alta de preços tem corroído mais rapidamente os ganhos dos trabalhadores. A demanda de mão de obra continua intensa e os consumidores mostram satisfação com as condições atuais da economia. As medidas tomadas até agora pelo BC são insuficientes para conter a demanda, segundo os críticos. De acordo com o pessoal do BC, parte dos efeitos dessas medidas ainda vai ocorrer nos próximos meses.

A rápida expansão da demanda interna tem-se refletido, no entanto, não só na evolução dos preços, mas no aumento da importação. Bens importados têm contribuído para limitar a alta do custo de vida. Mas a pressão sobre as contas externas abriu um buraco na conta corrente do balanço de pagamentos. O BC projeta para este ano um déficit de US$ 60 bilhões. A maior parte, US$ 50 bilhões, será financiada com investimentos diretos. O resto será coberto com capitais especulativos e empréstimos. Não é um quadro grave, mas também não é confortável. O enfraquecimento das contas externas é explicável em parte pela valorização do real. A nova cobrança de 6% de imposto sobre os empréstimos tomados no exterior poderá limitar um pouco o ingresso de dólares e reduzir a pressão sobre o câmbio. Essa, pelo menos, é a aposta do governo. Mas também esse resultado é algo para ser conferido.

  

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