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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

A retomada da Rocinha
15/11/2011 - O Estado de S.Paulo

Não é apenas a população do Rio de Janeiro que tem motivos para comemorar a ocupação das Favelas da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, numa bem montada operação da polícia local, com apoio da Polícia Federal e de blindados da Marinha. O júbilo é de todo o País, porque o domínio, pelos traficantes de drogas, de vastas áreas da antiga capital da República e segunda maior cidade brasileira era uma ameaça e um mau exemplo que ultrapassavam as fronteiras do País. A repercussão no exterior, motivada principalmente pelo fato de essa operação demonstrar a determinação das autoridades de garantir a segurança necessária para a realização da Copa do Mundo em 2014 e da Olimpíada em 2016, ressalta ainda mais a sua importância.

A rapidez com que o Estado retomou o controle da área na madrugada de domingo - em apenas duas horas -, sem que fosse necessário disparar um só tiro, mostra o acerto da tática adotada. O comando da operação comunicou com antecedência e insistência a sua realização, contando com a probabilidade de os traficantes concluírem realisticamente que seria inútil resistir. A quantidade relativamente pequena tanto de armas e munições como de drogas apreendidas indica que a aposta foi ganha e o tráfico decidiu recuar e buscar refúgio em outro lugar.

Isto não diminui em nada o alcance do sucesso da operação. Ela não só garantiu a ocupação de um território estrategicamente importante na luta contra o tráfico, como, ao evitar choques que certamente produziriam vítimas entre a população das favelas, reforçou o apoio desta à operação. Apoio que é fundamental para o êxito do trabalho das autoridades a médio e longo prazos. A euforia com que os moradores da Rocinha, do Vidigal e da Chácara do Céu receberam os policiais é um sinal de que esse apoio não deve faltar.


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A fuga dos traficantes e sua reorganização em breve, em outros locais, estava prevista pelos planejadores da operação. O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, resumiu bem a situação: "Nós estamos caminhando com passos que talvez não tenham a velocidade que todos gostaríamos, mas são passos sólidos". Isto quer dizer que numa outra etapa o combate aos bandidos continuará em seus novos redutos. Com a vantagem de que eles não terão a importância que tinham nas favelas agora liberadas e nas outras que foram liberadas desde o ano passado. E não se deve perder de vista que não se derrota o tráfico de drogas numa batalha espetacular. O combate a ele é permanente, como mostra a experiência, a começar pela do país mais rico e poderoso, os Estados Unidos.

Para se consolidar, a retomada da maior parte dos territórios ocupados pelos bandidos no Rio, por meio de operações da polícia com o apoio das Forças Armadas, exige a adoção de duas providências urgentes e simultâneas. Uma é garantir a presença efetiva do Estado nessas áreas, por meio de serviços públicos essenciais. Não basta a segurança pública, que está sendo reimplantada pelas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). É indispensável levar, melhorar ou ampliar - conforme o caso - para as favelas "liberadas" também serviços de saúde, educação, saneamento, limpeza pública e assistência social. A precariedade ou a ausência desses serviços, que os traficantes ofereciam ainda que em escala limitada, facilitou o seu domínio sobre as comunidades.

A outra providência inadiável é um esforço muito maior do que até agora de combate à corrupção na polícia. A prisão do chefe do tráfico na Rocinha, Antonio Bonfim Lopes, o Nem, dias antes da ocupação da favela, mostra bem como está a situação. Houve algum progresso, porque os policiais que o prenderam recusaram as generosas ofertas de suborno para deixá-lo escapar. Mas qualquer pessoa minimamente informada sabe que há boas razões para acreditar que Nem não estava mentindo quando disse que 50% do rendimento do tráfico se destinava a subornar policiais.

Se a corrupção no meio policial não for contida, poderá contaminar as UPPs e todo o avanço conseguido para livrar as favelas cariocas do domínio do tráfico - que durou mais de três décadas - estará comprometido.

  

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