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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Nova fase para o etanol
02/01/2012 - O Estado de S.Paulo

Não se pode dizer que o etanol produzido a partir de cana-de-açúcar esteja perto de se tornar uma commodity, mas um grande obstáculo para alcançar esse objetivo foi removido com o fim do imposto de importação de US$ 0,54 por galão a partir de 31 de dezembro de 2011 decidido pelo Congresso americano, que também deixou de prorrogar o subsídio de US$ 0,45 por galão para o etanol de milho. Foi realmente uma vitória para os produtores brasileiros de álcool que há anos vinham tentando obter dos legisladores americanos o fim da tarifa sobre o etanol importado. Em dezembro, chegou a ser apresentado um projeto para prorrogar o subsídio até 2014, mas prevaleceu o entendimento da maioria do Congresso dos EUA de não incluir esse subsídio, que acarretava despesas anuais de R$ 6 bilhões, na lista de setores que receberão benefícios fiscais. Isso se deveu principalmente às pressões internas sobre a Casa Branca para reduzir os gastos do governo, em face do elevado déficit orçamentário dos EUA.

Ironicamente, o Brasil passa a desfrutar de melhores condições para exportar etanol de cana num momento em que a produção nacional está em baixa, por problemas climáticos e por causa da redução de investimentos. A quebra da safra de cana-de-açúcar este ano é estimada em 10%, só se prevendo uma recuperação plena a partir de 2014.

É preciso considerar também que os produtores americanos já não temem a concorrência do etanol procedente do Brasil ou reprocessado no Caribe, um recurso que produtores nacionais utilizavam para penetrar no mercado americano sem pagamento de tarifa. O Brasil importou etanol em 2011 e os produtores americanos estão cientes do impulso que a Lei de Energia dos EUA dá ao consumo de biocombustíveis. Já em 2012, 50 bilhões de litros de etanol serão misturados à gasolina naquele país, prevendo-se que este volume alcance 57 bilhões de litros em 2014, incluído aí o etanol importado.


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Não há dúvida, como observam os produtores, de que a nova posição americana é um poderoso incentivo para o aumento da produção brasileira de etanol. O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Marcos Jank, estima que serão necessários investimentos da ordem de US$ 156 bilhões até 2020, com a construção de 120 destilarias, para possibilitar a exportação de 13,5 bilhões de litros de etanol para o mercado americano, o que é uma meta ambiciosa, mas que não parece inviável.

Se bem que os grupos nacionais do setor devam aproveitar a oportunidade, prevê-se que um volume ainda maior de recursos venha de empresas estrangeiras, que já são responsáveis por 40% dos investimentos no setor e que poderiam elevar a sua participação a 60%.

As oportunidades estão abertas a todos. Há um mercado interno a ser reconquistado, aquele que se perdeu por causa da baixa competitividade do etanol e da menor oferta do produto. Embora continue elevada a proporção de veículos novos flex nas vendas para o mercado interno, estima-se que, nos últimos dois anos, o volume de carros abastecidos com etanol diminuiu de 60% para 35% da frota. E há, agora, o imenso mercado americano que se abre para os produtores de outros países, a começar pelo Brasil. São possibilidades que investidores nacionais e estrangeiros certamente considerarão em seus planos para os próximos anos.

Praticamente coincidindo com a queda das barreiras americanas, o governo baixou uma medida provisória prevendo financiamento federal para estocagem de etanol, a fim de evitar as flutuações da oferta do produto, como tem ocorrido nos últimos anos, principalmente na entressafra. Com a alta porcentagem de carros flex na frota nacional de veículos, há um mercado cativo para o etanol no Brasil, desde que os preços praticados na entressafra sejam razoáveis. A medida provisória certamente não produzirá efeitos no curto prazo, mas o conjunto das medidas anunciadas nos últimos dias no Brasil e no exterior possibilita aos produtores adotar um planejamento adequado na nova etapa que se inicia.

  

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