Defesa de Roberto Jefferson é tão esperada quanto a de José Dirceu 13/08/2012
- Zileide Silva e Alexandre Garcia - Bom Dia Brasil
Em Brasília, o julgamento do mensalão entra em uma etapa decisiva. Vão ser ouvidas as últimas defesas dos réus. Nesta segunda-feira (13) é a vez do advogado do ex-deputado Roberto Jefferson fazer suas alegações ao Supremo Tribunal Federal.
São as últimas defesas antes da fase final do julgamento, que pode começar já nesta quarta com o voto do ministro Joaquim Barbosa. Um voto longo, com cerca de mil páginas. O ministro deve levar três ou quatro dias para concluir a leitura do voto.
Depois, vota o revisor, o ministro Ricardo Lewandowski. E o ministro César Peluso pode antecipar o voto dele, furando o esquema e mudando a ordem. Ele completa 70 anos em 3 de setembro, o que significa a aposentadoria compulsória. Por isso, em uma deferência à idade e não necessariamente ao tempo de Supremo, que costuma dar a ordem de votação, ele poderá ser o primeiro a votar. Mas não antes do relator e do revisor depois dos advogados de defesa. Isso tudo deve tomar todo o mês de agosto.
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Mas antes dos votos, os ministros ainda vão ouvir as defesas de mais 13 acusados. Nesta segunda falam cinco advogados de réus acusados de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O primeiro a falar será o advogado do ex-deputado Carlos Alberto Rodrigues Pinto, o Bispo Rodrigues. Em seguida o do presidente do PTB, Roberto Jefferson, o delator do suposto esquema do mensalão. E depois, os advogados dos ex-deputados Emerson Eloy Palmieri, Romeu Ferreira Queiroz e José Rodrigues Borba.
A defesa de Roberto Jefferson, depois de sete anos dele denunciar a existência do suposto mensalão. Será a defesa do homem que denunciou a distribuição de dinheiro e que batizou isso de mensalão. De um réu que teve o mandato de deputado cassado. Uma defesa tão esperada quanto foi a do ex-ministro José Dirceu, que também teve o mandato de deputado cassado.
Na semana passada, os advogados de defesa foram enfáticos em deixar a impressão de que se trata de uma história meio sobrenatural. O advogado do ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolatto, afirmou que a denúncia é um ilusionismo. O do ex-deputado Pedro Correa garantiu que o mensalão não existe. A defesa de diretor do Banco Rural disse que o culpado é o morto, o executivo já falecido. O ex-ministro, advogado Márcio Thomaz Bastos, opinou que é o julgamento da bala de prata - aquela que é usada para matar vampiros. E o advogado do ex-deputado João Paulo Cunha concluiu que a denúncia é fantasmagórica.
Quando começar a votação, os ministros do Supremo é que vão julgar se esse alegado sobrenatural é ficção ou documentário.