O Campeonato Brasileiro amanheceu na última sexta-feira com um novo líder: o Fluminense. Sim, é fato que o Atlético-MG, equipe que liderou a competição pelo maior número de rodadas e que venceu seu primeiro turno, está longe de se dar por vencido e ainda por cima tem um jogo a menos. Tudo isso sem falar na indiscutível ascensão do Grêmio. Mas o que o Tricolor das Laranjeiras conquistou com a vitória por 3 x 1 diante de um desfalcado Santos teve um significado indiscutivelmente especial.

Algumas partidas que a princípio parecem apenas ser mais uma entre tantas podem representar muito para uma determinada equipe. Foi o caso do último triunfo dos cariocas. Pensem no seguinte: por três rodadas seguidas o Galo tropeçou e deixou espaço para o Flu assumir a ponta da tabela, só que o Flu também acabou tropeçando e a liderança foi, assim, se transformando em uma causa que parecia inalcançável para o time comandado por Abel. Se a vitória de quinta não tivesse vindo, o Fluminense poderia ficar marcado como um time que hesita toda vez que a ponta da tabela perece ao alcance da mão. Com os 3 x 1, essa pecha foi chutada para longe.

Melhor ainda: se um tropeço podia expor uma fragilidade incômoda do elenco tricolor, a vitória acabou se transformando em uma prova de sua força. Com ela, em vez de um time que amarela na hora de conquistar a liderança, o Fluminense se transformou no clube que chegou à liderança justamente quando parecia menos provável, desfalcado que estava de seus dois maiores jogadores: Fred e Deco. Essa conquista é capaz de motivar a ala jovem do elenco, que agora pode confiar mais em sua capacidade de decidir mesmo quando aqueles que são o esteio da equipe não estão em campo. E isso vale muito.


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Eu falei no elenco do Fluminense e devo lembrar que ele talvez seja o mais forte do País, com vários jogadores de destaque para cada posição, sobretudo do meio de campo para frente. Alguns atletas que teoricamente são reservas do Tricolor, como Rafael Sóbis, Diguinho, Samuel, Valência e até mesmo Wagner, que ultimamente tem ocupado o lugar do lesionado Deco, poderiam perfeitamente atuar como titulares em muitos clubes de ponta do Brasil. Num campeonato longo, ter boas peças de reposição pode ser decisivo. E eu não vejo essa mesma fartura nos elencos de Atlético-MG e Grêmio.

Neste domingo, o Fluminense vai defender a liderança em um jogo complicadíssimo, contra o Inter, em Porto Alegre, para o qual talvez conte com a providencial volta do artilheiro Fred. Depois dos gaúchos, Abel e seus comandados terão pela frente a Portuguesa fora e quatro jogos em casa, nos quais já deverá ter Deco outra vez distribuindo seus açucarados passes pelo campo. Será o momento de somar pontos para os embates decisivos com Galo e Grêmio, já na reta final da competição.

Pintou o campeão? Muito, muito cedo para dizer. Mas o momento, sem dúvida, é do Flu.

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