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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Gargalhadas vingadoras
09/11/2012 - Nelson Motta - O Estado de S.Paulo

Tenho muito respeito e gratidão por quem me faz rir. Dou imenso valor aos comediantes que se expõem a todos os ridículos e constrangimentos só para nos divertir e alegrar. Acredito que rir, principalmente de si mesmo, ou refletido e identificado num personagem, ajuda muito a viver as durezas do cotidiano e a enfrentar as fraquezas e precariedades da condição humana.

Ao mesmo tempo, acredito na força devastadora do humor como arma de crítica, que pode ser mais potente e eficiente do que a força bruta, porque é capaz de destruir pelo ridículo e pelo riso os mais sérios e sólidos adversários. Porque basta ser humano e viver a vida para ser uma potencial fonte inesgotável de piadas e deboches para qualquer um com senso de humor e de crítica.

Mas o humor também é amor: já fiz os papéis mais ridículos só para divertir minhas filhas. E também pode ser rancor, dos que sempre perguntam "tá rindo de quê?"


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Muitas vezes uma saraivada de piadas engraçadas pode ser mais contundente do que discursos inflamados. Mas as piadas têm que ser boas, e bem contadas, porque piada é timing. E não há nada mais triste do que piada mal contada, quando é gaguejada e perde o tempo e a graça.

Outras piadas só aparecem com o tempo. Hitler e Mussolini eram adorados pelas multidões nazi-fascistas como deuses olímpicos e épicos, mas hoje suas figuras grotescas gesticulando e gritando seus discursos histéricos são ridículas e hilariantes. Pena que tanta gente morreu para que se pudesse rir em liberdade.

O humor e as piadas corrosivas - porque engraçadas - tiveram um papel muito importante na resistência democrática, desmoralizando o autoritarismo e a truculência da ditadura e fustigando os políticos onde mais lhes dói, no orgulho e na vaidade, com piadas e apelidos devastadores e gargalhadas vingadoras.

O humor não é o forte dos políticos, mas justiça se faça a esse talento de Paulo Maluf. Ouvir aquela inconfundível voz nasalada cantando "olê olê olê olá, Lu-lá, Lu-lá" fez o Brasil gargalhar e teve uma carga de crítica política mais poderosa do que qualquer discurso da oposição. Ou da situação.

  

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