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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

O especialista em reduzir assassinato político a crime comum agora usa crimes comuns para o assassinato da verdade
22/11/2012 - Augusto Nunes - Veja Online

Desde o assassinato do prefeito Celso Daniel em janeiro de 2002, Gilberto Carvalho vem se especializando em reduzir a crime comum um crime político.

Na terça-feira, o secretário-geral da Presidência da República revelou que está aprendendo também a transformar crimes comuns em arma política para o assassinato da verdade.

“A gente estava alarmado com os mortos da Palestina”, recitou a abarrotada caixa-preta do PT, “e as estatísticas mostram que, só na Grande São Paulo, em um dia, você tem mais gente perdida, assassinada, do que num ataque desses”.


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Acaba de levar o troco do ex-governador paulista Alberto Goldman. “Ao Gilberto Carvalho falta honestidade intelectual”, escreveu em seu blog o vice-presidente do PSDB.

“Ele é ministro da Dilma, uma espécie de chefe de gabinete. Faz de tudo. Também era assim quando chefiava o gabinete do prefeito de Santo André, Celso Daniel. Era a ponte entre o município e o então presidente do PT, José Dirceu. Tudo transitava por ela (ponte) e por ele (Gilberto)”.

Goldman informa que o índice de homicídios dolosos no Brasil é de 25 por 100 mil habitantes. Em todo o país, portanto, a violência mata 50 mil por ano, ou 137 por dia.

No Estado de São Paulo, antes da declaração de guerra feita pelo PCC, morriam em média 4 mil por ano, ou 11 por dia.

Isso equivale a 10% do total de mortes contabilizadas no país, embora o território paulista concentre 22% da população brasileira.

Mesmo com a intensificação de confrontos entre policiais e bandidos, os índices continuam expressivamente inferiores à média nacional.

“Se é para fazer comparações idiotas”, revida Goldman, “em apenas num dia morrem no Brasil, não em São Paulo, mais pessoas do que nas últimas semanas do conflito no Oriente Médio”.

Cálculos extraídos de situações atípicas podem conduzir a diagnósticos perigosos, poderia ter acrescentado Goldman.

Entre setembro de 2001 e janeiro de 2002, por exemplo, foram assassinados os prefeitos de Campinas, Toninho do PT, e de Santo André, Celso Daniel. Dois em quatro meses. Ambos em circunstâncias suspeitíssimas.

Segundo o método Gilberto Carvalho, em nenhum lugar do mundo foram executados tantos prefeitos de um mesmo partido em apenas um terço do ano.

Nem no Oriente Médio.

  

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