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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Tigre como Valério: não vale nada, mas tem de ser apurado
14/12/2012 - Márvio dos Anjos*

O São Paulo ganhou a Copa Sul-Americana como mandava a lógica. Mesmo sem Luis Fabiano, expulso no primeiro jogo, o São Paulo de Ney Franco é indiscutivelmente melhor que o Tigre.

Tão indiscutivelmente melhor que, se o Tigre tivesse reconhecido o gramado do Morumbi, não teria feito a menor diferença.

Tão indiscutivelmente melhor que sua equipe sobrou no primeiro tempo, o único que foi jogado.


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Demos adeus ao garoto Lucas, joia que merece ser prestigiada por Luiz Felipe Scolari, verdadeiro astro enquanto houve jogo, a quem Rogério Ceni gentilmente cedeu a taça e a quem o clube cedeu um inédito microfone para um pronunciamento de campeão.

O Tigre bateu como há muito não se via, nos dois jogos. Perdeu com todas as honras, merecidamente, nascido que era para perder.

A equipe azul de Victoria, Buenos Aires, lembrou a Libertadores pré-histórica, dos tempos do maldito Estudiantes setentista de Carlos Bilardo.

E aí há que se abrir um parêntese.

Há muito tempo que eu não vejo um time argentino bater. O Boca que enfrentou o Corinthians, o Vélez Sarsfield que enfrentou o Santos, a Seleção A que nos enfiou 4 a 3 e a Seleção B que derrotamos no Superclássico das Américas, o River que eliminou o Botafogo e tantos outros times que enfrentaram brasileiros nos últimos anos mostraram sempre muito mais bola que porrada.

Se os leitores se lembrarem de algum incidente grosseiro de um grande clube argentino nos últimos dez anos, eu agradeço.

O Tigre foi uma exceção à moderna prática argentina de futebol porque entrou para bater.

O que quero dizer com isso é que classificar o Tigre como mais um bando de argentinos catimbeiros e desqualificados é apenas o lado mais preguiçoso do seu cérebro trabalhando.

O Tigre é o Tigre, ruim como poucos finalistas sul-americanos foram, e pronto. Então não caia nessa de que todo argentino é babaca e está errado a priori. Toda vez que um time brasileiro cai nessa, fazendo-se de vítima, perde feio.

O São Paulo ganhou esse título porque não caiu nessa e isto já é um ótimo sinal para quem vai disputar a Libertadores no ano que vem. Esta é a grande notícia da partida da última quarta.

Mas agora vamos ao segundo tempo. E se o amigo ou amiga estiver muito preocupado com água no seu chope, está dispensado de ler, porque agora o texto ficará sério.

O SEGUNDO TEMPO

Assim sendo, podemos concluir que o Tigre é como Marcos Valério, o carequinha do mensalão. Não vale nada, mas suas denúncias, que são graves, devem ser apuradas.

Os jogadores argentinos dizem que foram vítimas de agressões – falam em revólveres dos seguranças do clube, falam em socos, falam em ter levado pontos.

Temos de verificar se os seguranças do São Paulo estavam armados.

O major Gonzaga, da PM paulista, afirmou que houve uma briga generalizada no vestiário entre os tigres, pessoal do São Paulo e seguranças do clube.

Há relatos fidedignos de que jornalistas brasileiros foram agredidos por PMs enquanto realizavam seu trabalho.

Tudo isso quer dizer que houve coisa séria no vestiário sim.

Saberemos em breve o que foi dito às delegacias do Morumbi, e esperamos que os investigadores tratem os visitantes com a cordialidade e a isonomia que a lei exige.

A verdade é que, a depender do que tenha acontecido e do que seja apurado, o São Paulo pode sofrer punições da Conmebol.

Precisamos ser melhores anfitriões. Um show de Madonna não é desculpa para impedir que o visitante reconheça o gramado do Morumbi – assim como o não-reconhecimento do gramado não justifica o comportamento antidesportivo do Tigre no gramado.

Deixe que se reconheça o mau estado do gramado: reconhecimento é para isso mesmo.

O São Paulo sofreu agressões ao chegar na Bombonera no jogo de ida?

Tem que responder com a civilização, como tricampeão do mundo que é.

Num país civilizado – seja ele sede de uma Copa do Mundo ou não -, seguranças particulares obrigatoriamente desarmados e policiais militares têm de apartar brigas entre jogadores, mas devem proteger suas integridades físicas, mesmo que em briga, por mais absurdo que isso seja.

Os jogadores são parte do espetáculo que a segurança deveria proteger.

Não está afastada a hipótese de o Tigre ter procurado um bom pretexto para não voltar ao segundo tempo. O problema foi como o clube achou esse pretexto.

Jogadores e dirigentes foram à delegacia, com disposição de denunciar o que lhes aconteceu. Albin, Orban e Galmarini fizeram corpo de delito.

Pode haver fraude num exame desses?

Pode. O goleiro chileno Rojas fez algo parecido e se deu mal na eliminatória de 1989.

Mas isso não é do costume da “catimba argentina”.


...

*Jornalista, músico, poeta e cronista

  

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