capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 23/11/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.917.286 pageviews  

Críticas Construtivas Se todo governante quer, por quê não?!!!

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Dilma e a burguesia
13/01/2013 - Celso Ming - O Estado de S.Paulo

A presidente Dilma Rousseff parece convencida de que tem de mudar sua maneira de tratar os empresários e o mundo dos negócios.

Nos dois últimos dias chamou para uma conversa alguns dos empresários mais ativos para deles saber o que falta para que voltem a investir.

Essa iniciativa vem num momento em que se espraia pelo mundo (e não só pelo Brasil) a percepção de que o governo Dilma não disfarça atitudes "antibusiness". As críticas manifestadas pelo mais importante semanário de Economia e Política, a revista inglesa The Economist, são desdobramentos dessa imagem ou, se não isso, das contradições com que vem tratando o mundo dos negócios.


PUBLICIDADE


O governo Lula chegara à conclusão de que não poderia só cultivar relações com sindicatos, trabalhadores e povão - afinal, suas raízes.

Talvez inspirado no modelo corporativista do presidente Getúlio Vargas, formado por sindicatos dos trabalhadores de um lado e por sindicatos patronais de outro (cujas versões políticas foram o PTB e o antigo PSD), Lula entendeu que tinha, também, de dar acolhimento especial para a chamada burguesia empresarial. Para vice-presidente, escolheu um empresário de sucesso, o Zé Alencar. Para passar a impressão de que o homem de negócios participaria do governo, criou um superteatro, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão.

Embora tenha herdado muita coisa da administração Lula, a presidente Dilma parece ter concepção própria do mundo dos negócios. Parece entender que tanto as empresas públicas como as do setor privado têm de fazer o jogo do governo, fortemente intervencionista.

É simplista e equivocado dizer que o governo Dilma seja ou estatizante ou antiprivatizante. Ela tanto reforçou como prejudicou o setor estatal, como também reforçou e prejudicou grandes segmentos do setor privado.

Reforçou o setor estatal na medida em que injetou recursos do Tesouro, aumentou ou manteve alguns dos seus privilégios. E tudo fez para preservar elefantes oficiais - como a Infraero e bancos públicos. Mas também sangrou e vem sangrando empresas estatais - Petrobrás, Eletrobrás e os próprios bancos oficiais -, por deliberadamente sacrificar seu caixa e seu Ebitda, com o intuito de garantir determinadas prioridades de sua política.

Dualidade equivalente vem sendo reservada ao setor privado. De um lado, favoreceu-o com a derrubada dos juros, com a desvalorização do real, com providências destinadas a reduzir as tarifas de energia elétrica, com a redução (ou isenção) do IPI sobre bens de consumo durável, com a desoneração dos encargos trabalhistas e com a criação de reservas de mercado para os fornecedores da Petrobrás e para a indústria de veículos.

De outro, também prejudicou o setor privado, como o do etanol, as empreiteiras, as concessionárias de energia elétrica, as empresas de comunicação e os bancos. O governo Dilma mudou, sem consulta ou negociação prévia, importantes regras do jogo.

Agora, por exemplo, encoraja a Receita Federal a despachar multas multimilionárias a grandes empresas, escorada em legislação tributária intencionalmente confusa e ambígua.

O resultado líquido desses procedimentos é certa erosão de confiança. Mesmo quando não atingido por esses repentes de vontade política, o empresário sente que há uma espada de Dâmocles oscilando ameaçadoramente sobre a sua cabeça. Sempre teme que a política que atropela regras de jogo e que corrói o caixa das estatais acabe derrubando seus negócios. Por isso, prefere manter o breque de mão puxado, não se empenha em modernizar sua empresa e até ri desenxabido quando a presidente Dilma faz apelos insistentes para que, afinal, libere seu espírito animal.

O gigante pela própria natureza está precisando de um choque de capitalismo e de uma mudança radical na maneira como o governo está encarando o mundo dos negócios - tanto os do setor público como os do privado. Embora a presidente Dilma já tenha ultrapassado a metade do seu atual mandato, não é tarde demais para isso.


  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
14/08/2023 - NONO NONO NONO NONO
11/08/2023 - FRASES FAMOSAS
10/08/2023 - CAIXA REGISTRADORA
09/08/2023 - MINHAS AVÓS
08/08/2023 - YSANI KALAPALO
07/08/2023 - OS TRÊS GARÇONS
06/08/2023 - O BOLICHO
05/08/2023 - EXCESSO DE NOTÍCIAS
04/08/2023 - GUARANÁ RALADO
03/08/2023 - AS FOTOS DAS ILUSTRAÇÕES DOS MEUS TEXTOS
02/08/2023 - GERAÇÕES
01/08/2023 - Visitas surpresas da minha terceira geração
31/07/2023 - PREMONIÇÃO OU SEXTO SENTIDO
30/07/2023 - A COSTUREIRA
29/07/2023 - Conversa de bisnetas
28/07/2023 - PENSAR NO PASSADO
27/07/2023 - SE A CIÊNCIA NOS AJUDAR
26/07/2023 - PESQUISANDO
25/07/2023 - A História Escrita e Oral
24/07/2023 - ESTÃO ACABANDO OS ACREANOS FAMOSOS

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques