De joelhos para o Apedeuta 21/01/2013
- Blog de Reinaldo Azevedo - Veja Online
Depois de Luiz Inácio Lula da Silva submeter Fernando Haddad, o prefeito Coxinha de São Paulo, a uma humilhação, dando-lhe uma aula, e a seus secretários, de governança, chegou a vez de o Apedeuta dizer a Dilma Rousseff como se dança o baião.
E ele faz isso hoje, num seminário promovido pelo instituto que leva o seu nome. O Apedeuta comanda um encontro sobre política externa que reúne, entre outros, o ministro da Defesa, Celso Amorim; o assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Os intelectuais petistas, este delicioso oximoro, estarão no gargarejo.
Há ainda alguns convidados estrangeiros. A grande estrela do evento, e nem poderia ser diferente, é o próprio Lula.
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É evidente que se trata de mais um despropósito deste senhor. Não por acaso, um dos destaques do encontro deve ser Amorim, que agora está na Defesa, depois de liderar o Itamaraty nos oito anos de governo do Babalorixá de Banânia. Tornou-se um lulista fanático.
O antes diplomata de carreira fez-se político e acabou se filiando ao PT. Nas conversas que mantém, também ele gosta de exaltar sua origem humilde. Não para emular com o chefe, que isso não pode!, mas para ser digno…
Amorim é o principal responsável por uma das políticas externas mais asquerosas de nossa história. Sob sua gestão, o estado brasileiro evitou condenar na ONU alguns notórios carniceiros, mas votou sistematicamente contra Israel, por exemplo, que é uma democracia — sob ataque cotidiano, destaque-se.
Foi sob o seu comando que o governo brasileiro tentou aquele estupefaciente acordo com o Irã, lembram-se?
A coisa foi tão patética que até os iranianos tiveram de vir a público para anunciar que não existia entendimento nos termos alardeados pelo Itamaraty.
Não! O Ministério das Relações Exteriores não mudou muito com a saída de Amorim. Em muitos aspectos, até piorou. É que se instituiu por lá uma cultura…
Pois bem: agora titular da Defesa, Amorim vai para o seminário para receber algumas instruções do Iluminado.
Lula até poderia fazê-lo privadamente, mas isso não deixaria claro, como ele pretende, quem, afinal de contas, está no comando da máquina partidária, que vai tocar a campanha de Dilma à reeleição.
Amorim pode não saber a diferença entre um tanque de guerra e um punho de renda, mas é o ministro da Defesa.
Formalmente, é o chefe dos comandantes militares. Isso significa render nada menos do que as Forças Armadas a um líder de facção.
Alguém pode imaginar o Secretário de Defesa dos EUA, por exemplo, a participar de um seminário, como aprendiz, de um chefete partidário?
Não nos damos conta do absurdo da situação — desta ou do evento ocorrido em São Paulo — porque ele já começa a fazer parte da rotina, já começa a ser um nosso conviva.
Não menos intrigante é a presença de Luciano Coutinho, presidente do BNDES, num encontro dessa natureza.
Por quê?
Coutinho é o hoje o todo-poderoso de uma instituição que tem sido o esteio do, como chamarei?, “modo de produção petista”.
Se a Petrobras já foi a grande caixa-preta do país — não quer dizer que tenha se tornado mais transparente —, o BNDES lhe tomou o lugar.
O banco tem sido usado não como fonte de fomento do desenvolvimento, mas como instrumento de gestão. E com o resultado — péssimo! — conhecido.
Não é preciso ser muito bidu para constatar que o banco é ambém um instrumento de cooptação daquilo que Lula chamava antigamente “a Dona Zelite”.
Conspiração?
Estaria eu aqui a sugerir alguma conspiração entre Lula, Amorim, Coutinho e outros que vão lá babar na gravata?
Besteira! A questão é de outra natureza. Trata-se de saber quem governa o país: as instituições ou um ente de razão que se situa acima das leis e à margem do estado.
Se o BNDES e, na prática, as Forças Armadas vão lá prestar vassalagem a Lula, quem não vai?
A busílis, obviamente, é político e cobra, como tantos outros, uma resposta da oposição — daqueles que falam em seu nome.
Mas também isso será deixado de lado, como todo o resto. “Que mal há em participar de uma seminário, afinal de contas?”, vão se indagar alguns.
A oposição, como vocês sabem, se prepara para atuar na hora certa, que é… quando mesmo???
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Comentário de Arquimedes Estrázulas Pires (estrazulas10@gmail.com) Em 21/01/2013, 18h40
Oposição?
A que oposição estará se referindo o nobre Blogueiro Reinaldo Azevedo?
Na prática não tem havido oposição no Brasil há mais de algumas décadas. Lembro-me muito bem das estrepolias que o PT fazia quando estava do outro lado da mesa, mas que jamais poderiam ter sido chamadas de oposição. Estavam todo o tempo muito mais para "arrumação de cama para deitarem-se no devido tempo", do que para oposição.
Hoje, pior ainda, a oposição é um verdadeiro faz de conta, sem metas, objetivos ou propósitos. Tudo se passa como se houvesse um único partido; e mudo! Porque ninguém abre a boca a não ser pra bocejar.
De certo mesmo, só Dom Manuel, que recusou publicamente a láurea a ele oferecida pelo Senado da República, por considerar que ela desrespeitaria o povo, se aceita, porque vinda de uma Casa Legislativa que legisla - segundo ele - em causa própria e não do povo. Com o que concordamos, evidentemente. Veja aqui: http://www.youtube.com/watch?v=JOnVrbtMuk4