Brizola Neto perde seu primeiro emprego 16/03/2013
- Blog de Reinaldo Azevedo - Veja.com
Eita! Brizola Neto era o único beneficiário do programa “Primeiro Emprego” criado pelo Apedeuta. Mas durou pouco. Nomeado em maio de 2012, o rapazola, conhecido pela violência retórica com que se manifestava em seu blog, será substituído por Manoel Dias, também do PDT. O “petistil” Brizola Neto nunca se entendeu com Carlos Lupi, chefão do partido. Perdido o primeiro emprego, pode voltar a fazer justiça com as próprias mãos no teclado.
Dilma decidiu tirar o técnico Wagner Bittencourt da Aviação Civil. Para o seu lugar, vai um paraquedista do setor, Moreira Franco, que estava na Secretaria de Assuntos Estratégicos. No Brasil, a “estratégia” está na mesma prateleira da cabeça de bacalhau… Se Moreira Franco fizer o que já fazia na SAE — ou seja, nada! —, a gente fica mais tranquilo… Se bem que ele tem intimidade com a área: quando o avião balança, ele reza para Nossa Senhora de Forma Geral, santa de devoção da presidente Dilma. Segue texto de Laryssa Borges e Marcela Mattos, na VEJA.com:
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Secretário-geral do PDT e presidente do partido em Santa Catarina, Manoel Dias substituirá o deputado Brizola Neto, também do PDT, que assumiu a pasta em maio de 2012. O PDT, que controla o ministério, chegou a indicar para o cargo o nome do deputado gaúcho Vieira da Cunha, mas Dilma informou ao presidente pedetista, Carlos Lupi, que gostaria de alguém que pudesse permanecer na pasta até o fim de seu governo. Cunha tem pretensões eleitorais em 2014.
A indicação de Manoel Dias também é resultado de sua capacidade de unificar a maior parte da legenda, liderada por Lupi. Desde 2011, a indicação de Dias aparecia entre as preferências dos pedetistas para o ministério.
A reformulação na pasta do Trabalho ocorre depois de o Palácio do Planalto detectar a aproximação de setores do PDT com o PSDB e o PSB, partido dos presidenciáveis Aécio Neves e Eduardo Campos. Apesar de ter rifado o então ministro pedetista Carlos Lupi por suspeitas de irregularidades em 2011, a presidente Dilma Rousseff voltou a conversar com o dirigente recentemente em busca de apoio para as eleições de 2014 e também na tentativa de recompor a fidelidade prometida por deputados do PDT na Câmara.
Desde a nomeação de Brizola Neto, a escolha do ministro era interpretada no PDT como da “cota pessoal” da presidente, e não uma indicação unificada da bancada. O partido ficou irritado por não ter sido ouvido na época e desde então Brizola e o presidente Carlos Lupi travam uma batalha pelo controle real da pasta. Embora integrem a base governista, os pedetistas também não têm garantido votos a projetos considerados prioritários.
Número dois na hierarquia pedetista, o futuro ministro do Trabalho, Manoel Dias, foi acusado de ter atuado irregularmente como funcionário da Câmara dos Deputados em 2011. Ele recebia cerca de 12 000 reais em um cargo de natureza especial na liderança do PDT na Câmara, embora exercesse exclusivamente atividades partidárias.