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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Novo estádio, velho futebol
05/08/2013 - PAULO CALÇADE - O Estado de S.Paulo

Aldo Rebelo, o ministro do Esporte, está incomodado com o valor dos ingressos dos novos estádios brasileiros. A política de preços tem sido vista como responsável pelo processo de elitização do futebol e pelo o afastamento do público de menor poder aquisitivo das arquibancadas.

Faz sentido, principalmente no País que já possuía o tíquete mais caro do planeta quando relacionado à renda per capita da população. O valor do ingresso é parte do problema, é o que chama mais a atenção no momento. Não está barato, e em muitos casos reflete apenas a falta de rumo na gestão do esporte.

A questão central é que dentro dos novos estádios está o velho futebol brasileiro, no gramado e nas ideias, que não será alterado apenas com uma nova tabela de preços. O Fluminense foi o primeiro a se entender com o novo Maracanã. Mas agora, entre o campo de jogo e o clube existe um intermediário, o consórcio que administra o equipamento recebido do governo do Rio.


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Até pouco tempo atrás bastava ao estádio se pagar, equilibrar receitas e despesas, a despeito de todas as reformas realizadas em seus 63 anos de história. Esses números jamais serão explicados e dificilmente alguém saberá quanto foi gasto. Hoje o Maraca é negócio, é indústria, e o cofre do contribuinte, sempre com a porta aberta, não existe mais para bancá-lo. Tem que dar lucro.

Reportagem do Estado mostrou ontem que a média de público das novas arenas no Campeonato Brasileiro é três vezes superior à registrada nas instalações mais antigas. A curiosidade do torcedor e o conforto oferecido talvez expliquem os números. A longo prazo, entretanto, não se tem a garantia disso.

Durante os Estaduais, como vão ficar os seis estádios da Copa já inaugurados? Tirando um joguinho aqui e outro ali, os primeiros quatro meses do ano serão tocados no vermelho. Os concessionários não vão precisar de muito tempo para perceber que sem mexer no conteúdo, nos jogos, nos campeonatos, a conta não vai bater.

Voltamos, então, à legítima preocupação do ministro do Esporte, que deseja ingressos a preços populares. Sem encarar o verdadeiro problema de frente, funcionará como um paliativo. Rebelo deveria se incomodar também com as questões estruturais, são elas que vão dar consistência ao futebol e preencher os assentos. Para esvaziá-los é fácil, basta manter o modelo atual. Dos quase 13 mil jogadores profissionais registrados na CBF, cerca de 10 mil experimentam o subemprego, não têm vida verdadeiramente profissional, estão sequestrados pela mentira de competições bizarras.

A rodada do fim de semana foi boa, mais uma vez o Campeonato Brasileiro mostrou seu gigantesco potencial de crescimento, apesar da ausência de Santos e de São Paulo. Os jogos fora do País certamente não vão contribuir em nada para recuperá-los, mas têm sua justificativa, deveriam servir para divulgá-los fora do Brasil. Pena não ter funcionado.

Está na moda, todos os grandes desejam internacionalizar a marca. A expressão sinaliza uma vida fora das fronteiras naturais do futebol. Até nisso nos confundimos por aqui, os clubes miram outros mercados antes mesmo de ocuparem o seu.

E o ministro de olho apenas no ingresso. Temos muitas outras coisas para tratar. Por que os times brasileiros, quando campeões da Libertadores, geralmente param de jogar? O Atlético Mineiro que ontem perdeu para o Flamengo por 3 a 0 acabou?

A explicação é o estresse, é o lado emocional destruído depois de uma competição tão intensa. Então é preciso mudar as datas, mais precisamente o nosso calendário, e tudo terminar quando deve terminar, no fim da temporada.

Alguns problemas são óbvios demais. O Brasil deveria começar a discutir hoje as questões de 2015, quando não houver mais novidade. Novo estádio com velho futebol não funciona. Antes de ajustar o preço, é essencial refundar o esporte no País. Um bom produto manterá arquibancadas e cadeiras especiais lotadas. E por um valor honesto.


  

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