Ah, agora entendi! 27/08/2013
- Blog de Reinaldo Azevedo - Veja.com
Em 1999, a VEJA publicou uma reportagem sobre a vinda de médicos cubanos para o Brasil. O gancho foi a chegada de doutores para uma cidade de Tocantins. Ao todo, informa o texto, havia no país, naquele ano, 166 profissionais vindos da ilha.
Segundo se entende ali, eram as cidades que estavam trazendo os médicos. Ainda que fosse o Ministério da Saúde, tentarei saber nesta terça, tudo indica que o contrato era feito com os próprios profissionais, não com o governo de Cuba.
Muito bem! O jornalismo de aluguel, que já começou a fazer a campanha eleitoral de Alexandre Padilha — sempre com o patrocínio de estatais e de gestões petistas (dinheiro público na veia; é gente viciada nisso) —, mobilizando uma tropa de idiotas que trabalham de graça, deu início a uma campanha:
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“Ah, a VEJA elogiou os médicos em 1999 e agora critica”. E, claro, açula a petralhada contra mim.
Vamos ver.
1: Em 1999 ou agora, não se trata de ser “contra médicos cubanos”. Isso nunca esteve em debate. O que se critica é o regime de contratação; é o fato de Cuba ficar com a maior parte do desembolso; é o fato de os médicos receberem, mesmo no Brasil, um salário miserável — mas ainda muito superior àquilo que se paga na ilha do pesadelo, em 1999 e agora.
2: A reportagem de 1999 já deixava claro que havia, sim, uma questão legal: a falta do Revalida, problema que permanece. E indaga por que os médicos, que estão reclamando da presença dos cubanos, não vão para o interior.
3: Em nenhum momento há evidência, que agora abunda, de um contrato de trabalho que é, por qualquer razão que se queira, análogo à escravidão. Como se nota acima, marido e mulher chegaram para trabalhar.
4: Há, sabemos, casos de médicos cubanos que vieram e se estabeleceram no Brasil, regularizando depois a sua situação.
5: É certo que há médicos competentes em Cuba. Entre os 4 mil que chegarão, muitos podem ser excelentes profissionais. Essa é uma falsa questão, proposta por vagabundos e propagada por tolos. Cubanos e quantos quiserem vir trabalhar no Brasil são bem-vindos. MAS QUE VENHAM COMO CIDADÃOS LIVRES.
6: Para encerrar: ainda que eu divergisse da VEJA de 1999, isso não seria problema nenhum, nem para a VEJA nem para mim. Essa corja que se dedica a esse tipo de fofoca está acostumada a defender trabalho escravo. Por isso imagina que estou obrigado a pensar a tudo o que pensa a VEJA, ontem ou hoje. Mas não estou. As coisas que escrevo aqui são a MINHA OPINIÃO, não a da revista. Não se pode atribuir à revista, nunca!, o que é opinião minha. Ainda agora, mesmo que a VEJA considerasse a vinda dos cubanos a salvação da saúde no Brasil, jamais me seria imposto que escrevesse a mesma coisa — nesse tema ou em qualquer outro. Sei que escravos de uma ideologia e penas que alugam a sua opinião a um partido político — ou a vários, como é o caso de larápios profissionais — não conseguem entender que possa haver jornalistas que escrevem apenas o que querem e o que pensam.
Mas que se note: a única coisa em comum entre 1999 e 2013 é a nacionalidade dos médicos. Calculem aí a inflação acumulada nos últimos 13 anos para saber quanto estariam ganhando hoje os cubanos que recebiam R$ 2 mil em 1999.
Para arrematar mesmo: alguns fanáticos do lulo-petismo de hoje eram antipetistas delirantes há 13 anos.
À diferença dos cubanos, estes não trabalham por ideologia. Eles gostam mesmo é de dinheiro.
Vejam que coisa: meu blog traz lá no alto a marca “VEJA”, e eu escrevo o que quero.
As páginas deles não trazem o logo do PT, mas só escrevem o que quer o partido. Se o PSDB chegasse à Presidência, não duvidem: eles virariam tucanos. Se a negociação fosse bem-sucedida, é claro!
São tão independentes quanto um táxi.
Eu tenho conseguido a glória de apanhar nos sites do PT, do PSDB, da Rede, do PCdoB… Isso não quer dizer que eu esteja certo, é evidente.
Quer dizer apenas que o meu partido tem um único filiado — e, às vezes, ele me dá um certo trabalho…
ÚLTIMA FORMA - ATUALIZADO ÀS 14:05/MT
Em 1999, Justiça considerou ilegal trabalho dos cubanos — que, note-se, não haviam chegado ao Brasil como escravos.
As alimárias relinchantes e zurrantes que vieram aqui escoicear a sua sabedoria cascosa, cavalgadas por pilantras que são hoje tão petistas quanto antipetistas eram antes, deveriam saber que destino tiveram aqueles médicos cubanos de 1999 — que não vieram então ao Brasil, é bom notar, na condição de escravos.
Não se tratava do comércio de carne humana. Reproduzo texto que foi publicado à época na página do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás. Volto em seguida.
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A justiça de Tocantins proibiu o trabalho de médicos cubanos no Estado. No último dia 12, o juiz federal Marcelo Albernaz concedeu liminar ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Tocatins (CRM-TO) proibindo que os profissionais estrangeiros atuassem no Estado.
Na sentença o juiz comparou o trabalho dos cubanos a curandeirismo. O vice-presidente do Conselho de Medicina, Frederico Melo, justificou a posição da entidade, alegando que os médicos cubanos não conhecem a realidade sanitária do Estado, não dominam a língua portuguesa nem provaram que são médicos.
A decisão da justiça atinge 96 profissionais que estão no Brasil – alguns desde 1997 – participando do Programa de Saúde na Família (PSF), projeto dos governos estadual e federal.
Os médicos trabalhavam sem registro no CRM-TO, que constatou também a existência de uma lista fictícia do corpo clínico de um Hospital de Araguaína, onde havia médicos cubanos com número de CRM inexistente no Estado.
A Procuradoria do Trabalho do Tocantins, em entrevista ao CRM-TO, observou que se há médicos com falsificação de CRM atuando em hospitais do Governo Municipal ou Estadual há crime de falsidade do profissional e do administrador do hospital e ainda há improbidade administrativa do servidor público responsável pela manutenção do profissional irregular em atividade.
Irritado, com a decisão da justiça do Tocatins,o presidente de Cuba, Fidel Castro, determinou que os médicos impedidos de trabalhar retornassem ao País imediatamente. O retorno deve acontecer nesta sexta-feira (15).
Os médicos trabalhavam em 48 cidades do Estado desde 1997, quando foi firmado um acordo de cooperação entre os governos de Tocantins e de Cuba.
A Secretaria de Saúde do Estado diz que eles foram contratados para atuar no PSF, pois na época não havia médicos brasileiros interessados em trabalhar no interior.
Uma situação que, de acordo com a secretaria, persiste. O convênio Brasil-Cuba, que permitiu a entrada dos médicos cubanos no Tocantins, segundo com a Procuradoria do Trabalho do Estado, apresenta falhas desde o início.
Inclusive uma falha constitucional que é a falta de autorização pelo Congresso Nacional. As 42 cidades do Estado, onde atuavam os médicos cubanos, começarão a receber novos profissionais para atuar no PSF.
O Estado teria contratado 20 médicos para atuar nos Hospitais de Referência prejudicados, como informou a Secretaria de Saúde do Estado.
(Fontes: Agência Estado, Rede Globo, Jornal do Tocantins, CRM-TO).
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Voltei
1: Todas as razões que havia antes para considerar ilegal o trabalho dos cubanos remanescem.
2: Há circunstâncias adicionais, gravíssimas, que reforçam essa ilegalidade, como a exploração do trabalho análogo à escravidão;
3: Se é verdade, e é, que havia falta de médicos em 1999, depois, então, de 11 anos de governo petista, a situação, como resultado da política aplicada pela companheirada, piorou muito.
4: Há blogs às pencas para acatar relinchos e zurros. As alimárias que vão escoicear por lá. Eles recebem para isso. É serviço regiamente pago por estatais e administrações petistas.
Eles estão fazendo campanha eleitoral. Eu estou defendendo as leis.