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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Perigo nas contas externas
26/09/2013 - O Estado de S.Paulo

Com mau desempenho interno e externo, a economia brasileira está equilibrada pelo menos desse ponto de vista. Nenhum lado está em boas condições. Enquanto a indústria apenas começa, lentamente, a recuperação, depois de dois anos muito ruins, as contas externas continuam mal e assim devem ir até dezembro, segundo o Banco Central (BC).

O buraco na conta corrente do balanço de pagamentos, um déficit de US$ 57,95 bilhões de janeiro a agosto, já ultrapassou o rombo de todo o ano passado, de US$ 54,83 bilhões. A causa mais importante foi a queda do saldo comercial, do superávit de US$ 13,15 bilhões nos primeiros oito meses de 2012 para o déficit de US$ 3,76 bilhões neste ano. Essa piora reflete a perda de eficiência da economia nacional.

Para o ano todo, os economistas do BC mantiveram a projeção de um déficit em conta corrente de US$ 75 bilhões, equivalente a 3,35% do PIB. Alteraram, no entanto, as estimativas de alguns itens e reduziram de US$ 7 bilhões para US$ 2 bilhões o superávit comercial previsto para 2013 - um número quase 90% menor que o resultado efetivo do ano passado, um saldo de US$ 19,41 bilhões. As novas projeções terminam em dezembro, mas as perspectivas para 2014, por todos os dados conhecidos até hoje, também são ruins.


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O País exportou até agosto US$ 156,65 bilhões, 2,45% menos que um ano antes, e importou US$ 160,42 bilhões, 8,79% mais que nos meses correspondentes de 2012. Em seu discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas, a presidente Dilma Rousseff mencionou a contribuição dos emergentes para a superação da crise global. Faltou explicitar o papel do Brasil, mas é fácil de imaginar a resposta. Deve ser essa ampla mudança de padrão do comércio exterior, com vendas em queda e compras em alta. Até aqui, tudo bem para os estrangeiros.

O resto do mundo poderá agradecer a ajuda brasileira, quando examinar os números da balança comercial, mas em breve descobrirá um motivo de preocupação. Se o País continuar nessa trajetória, a contribuição de hoje logo se converterá em problema tanto para os brasileiros quanto para a comunidade internacional, especialmente se for necessária mais uma operação de socorro.

O risco pode parecer remoto, quando se considera o volume de reservas internacionais, superior a US$ 370 bilhões. Até aqui, tudo parece administrável, mas tem piorado o padrão de financiamento do déficit em conta corrente. O investimento estrangeiro direto tem sido insuficiente para cobrir o buraco e o País se tornou mais dependente de empréstimos e de investimentos mais sujeitos a mudanças especulativas.

Três itens formam a conta de transações correntes, ou apenas conta corrente: 1. balança comercial, com exportação e importação de bens; 2. balança de serviços e rendas, onde aparecem viagens, fretes, seguros, juros, lucros e dividendos; 3. transferências unilaterais - registros de operações como envio de recursos a estudantes no exterior e recebimento de dinheiro mandado por trabalhadores em outros países.

A balança comercial e as transferências são tradicionalmente superavitárias. A conta de serviços e rendas é normalmente deficitária. A soma dos três componentes tem sido, há vários anos, negativa. O buraco tem sido fechado, na maior parte das vezes, com investimento direto estrangeiro, destinado ao setor produtivo e em geral associado a objetivos de longo prazo. É a melhor forma de cobrir déficits em conta corrente. Mas esse padrão tem mudado.

O déficit mensal de agosto, US$ 5,5 bilhões, foi apenas parcialmente coberto pelo investimento direto, de US$ 3,77 bilhões. O resto foi financiado com recursos de outros tipos, em geral mais sujeitos a movimentos bruscos. O déficit acumulado em 12 meses chegou a US$ 80,64 bilhões, enquanto o investimento direto ficou em US$ 61,08 bilhões, sobrando uma necessidade de US$ 19,556 bilhões de outras fontes. Pelas projeções do BC, o investimento direto continuará insuficiente, até o fim do ano, para cobrir o déficit. O governo deveria preocupar-se com o assunto antes de uma onda de preocupação se espalhar pelo mercado.


  

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