Óbvio que ulula 09/10/2013
- Blog de Reinaldo Azevedo - Veja.com
Quando Marina Silva, líder da Rede, e Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB, anunciaram, no sábado, a aliança entre os dois partidos, o que se noticiou de pronto é que Marina aderia à candidatura de Campos, embora o óbvio, ditado pelas evidências e pela lógica dos fatos, estivesse a dizer algo um pouco mais complexo do que isso. No próprio sábado, escrevi um post a respeito.
Pois bem. Marina concede uma entrevista a Ranier Bragon e Matheus Leitão na Folha de hoje. Leiam estre trecho. Retomo depois:
A sra. descarta a sua candidatura à Presidência?
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- Tanto eu como o Eduardo discutimos que não íamos colocar isso a priori, senão vamos contaminar o nosso debate. Não estamos discutindo, para além do que está posto, que é candidatura dele, quem vai ficar aqui e ali. Estou partindo do princípio que a candidatura dele está posta. Se a aliança prospera com ele, e a candidatura dele posta, a Rede terá ali o caminho da sua viabilização. Para nós não interessa agora ficar discutindo as posições. Nós dois somos possibilidades e sabemos disso. Que possibilidade seremos o processo irá dizer, e estamos abertos a esse processo. Mas se você me pergunta qual é a minha prioridade, é a de que prospere o programa, a aliança, e que a gente possa, a partir do que foi sinalizado, ter a candidatura que já estava posta.
É possível a sra. ser candidata pelo PSB?
- Se a gente ficar discutindo candidatura, a gente vai fazer exatamente o contrário daquilo que eu queria: discutir o programa. É um outro momento político. A candidatura que já está posta, está posta. Nós estamos discutindo um programa.
Retomo
“Nós dois somos possibilidades, e sabemos disso”!!!
É evidente que isso fez parte do acordo. A única coisa certa, pois, derivada dessa aliança é que haverá o terceiro candidato, o que Lula e o PT tentaram evitar.
Os institutos de pesquisa continuarão a testar tanto o nome de Marina como o de Campos.
Se a diferença entre os dois se mantiver no patamar atual, com ela tendo entre o triplo e o quádruplo de votos que ele tem, é muito provável que seja ela a candidata do PSB.
Por que desprezar a evidência que se anuncia nas urnas?
Por que Campos correria o risco de uma votação vexaminosa?
A jogada foi boa para os dois. Ela continua com a candidatura posta e se torna, como se vê, uma das protagonistas de 2014, e ele conta com uma opção a mais.
Não se tente ver nessa entrevista qualquer sinal de que a colossal ambição de Marina já começa a fazer sombra a seu mais novo aliado.