Só falta! 14/10/2013
- Blog de Ricardo Setti - Veja.com
A gerência de imprensa da Petrobras distribuiu na semana passada nota que reproduzo em parte.
Vejam só:
“Pelo segundo ano consecutivo, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, foi apontada pela revista americana Fortune como a executiva mais poderosa do ranking global, concorrendo com mulheres de negócios de diversos setores e países. Tanto em 2012 como em 2013, Graça Foster ficou em primeiro lugar na lista de executivas que atuam fora dos Estados Unidos.
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Para elaboração do ranking global das Mulheres mais Poderosas, a Fortune selecionou um grupo de 50 candidatas de diversos países, como Inglaterra, Austrália, Suécia, Turquia, entre outros. A classificação foi baseada em quatro critérios: a importância e o tamanho do negócio liderado pela executiva na economia global; o sucesso e a condução dos negócios; a trajetória de carreira da executiva; e sua influência social e cultural.
Maria das Graças Silva Foster é engenheira química e a primeira mulher a comandar a Petrobras. Assumiu a presidência em fevereiro de 2012. Antes foi diretora de Gás e Energia da Petrobras e presidente da Petrobras Distribuidora, entrou outros cargos executivos. Está há 32 anos no quadro de profissionais de carreira da companhia.
Pois muito bem.
Se eu fosse maldoso, diria: “agora, só falta Graça Foster consertar a Petrobras”.
Mas, procurando ser justo, diria que mesmo os críticos do governo reconhecem que Graça Foster, que assumiu a presidência em fevereiro do ano passado, tem feito o possível para recuperar a empresa do estrago que foi a gestão do ex-presidente José Sergio Gabrielli -- a mais longa gestão de um presidente da Petrobras (2005-2012) desde a criação da empresa, em 1953.
Gabrielli é o atual secretário do Planejamento da Bahia.
Como prêmio por uma gestão que atrasou a exploração do pré-sal, não conseguiu resolver a pendenga com a Venezuela sobre a construção da refinaria Abreu Lima, em Pernambuco (o chavismo deu um calote no sócio brasileiro e ficou por isto mesmo), fez recuar a apregoada auto-suficiência do país em relação ao petróleo (só até julho deste ano, o país importou o equivalente a 25,8 bilhões de dólares de óleo e derivados), desestimulou a meritocracia na empresa e levou-a a uma brutal desvalorização nas bolsas de valores (em junho passado, a Petrobras havia encolhido, em 12 meses, de um valor de 250,5 bilhões de reais para 198,9 bilhões), Gabrielli, agora, quer ser candidato do PT ao governo da Bahia.