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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Brasil já vive um cenário de estagflação
14/11/2013 - Blog de Roodrigo Constantino - Veja.com

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado um antecipador do Produto Interno Bruto (PIB), registrou contração de 0,01% em setembro. O indicador foi divulgado nesta quinta-feira.

O resultado veio abaixo da mediana das projeções do mercado, mas dentro do intervalo das estimativas. Analistas consultados pela Reuters esperavam alta mensal de 0,30% em setembro, de acordo com a mediana de 21 projeções, que variaram de estagnação a alta de 0,60%.

Ao contrário do que a equipe econômica acreditava, a atividade econômica brasileira já está estagnada. Isso mesmo com uma inflação oficial de 6%, e perto de 7% ajustada para os controles artificiais do governo. Ou seja: o Brasil já vive um cenário de estagflação.


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O quadro preocupante é responsabilidade total do governo, que tenta encontrar bodes expiatórios nas nuvens externas. Intervenção excessiva na economia, gastos públicos crescentes, mudanças nas regras do jogo durante o jogo, contabilidade criativa que o governo finge não existir, tudo isso levou o setor privado ao nervosismo e à desconfiança.

A armadilha de baixo crescimento foi criada pelo próprio governo Dilma. É fruto de um equívoco ideológico. O nacional-desenvolvimentismo não funciona, não é capaz de produzir crescimento sustentável. Apenas voos de galinha, barulhentos, estabanados e de baixa altitude.

A receita para desarmar tal armadilha no curto prazo seria anunciar um corte de gastos públicos crível, conceder total autonomia ao Banco Central para perseguir a meta de inflação com seu principal instrumento, a taxa de juros, e suspender todas as intervenções arbitrárias que vem fazendo na economia, como se pudesse controlá-la de cima para baixo.

Impossível esperar tais medidas deste governo, obcecado com as eleições ano que vem, e refém de sua prisão ideológica. Só nos resta aguardar 2014, torcendo para que seja possível boiar, sem afundar. Se o povo brasileiro achar que o problema não é tão grave e der mais 4 anos ao mesmo modelo econômico, aí será melhor se preparar para o pior mesmo, pois a catástrofe será inevitável.


  

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