capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 04/10/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.781.057 pageviews  

O Outro Lado Porque tudo tem dois, menos a esfera.

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

2014 não é 2010 + 4
25/11/2013 - JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO - O Estado de S.Paulo

A mudança está chegando. O Brasil não é Westeros, Brasília não é King's Landing, mas 2014 está despontando como um Jogo dos Tronos na política brasileira. Que mudanças são o desejo de dois em cada três eleitores, o Ibope já mostrou. O significado desse desejo, porém, permanece incerto. Quem descobrir ganha o jogo.

"Mais do mesmo", o mote que elegeu Dilma Rousseff em 2010, é pouco para 2014. Há quatro anos, dois terços dos brasileiros queriam manter mais coisas do que mudar no governo. A proporção inverteu-se.

O cenário de mudança é necessário à oposição, mas insuficiente. O manual de autoajuda eleitoral mostra que há dois tipos de pleitos: os de mudança e os de continuidade. O primeiro é o sonho de quem está fora do poder e quer entrar. Já o "deixa estar para ver como é que fica" é a base das reeleições. Nem toda eleição "mudancista" resulta em vitória da oposição, porém. Vide a recapitulação dos sete reinados eleitorais do Brasil.


PUBLICIDADE


1989: com hiperinflação à toda, a primeira eleição presidencial pós-ditadura foi tão mudancista que os seis primeiros colocados eram de oposição. Dono do maior tempo de propaganda, o governista Ulysses Guimarães (PMDB) não alcançou 5% dos votos.

1994: o trauma de Fernando Collor seguido pelo topete de Itamar Franco apontavam para uma eleição de mudança. Aí veio a URV, o controle da inflação e a fulminante eleição do "pai" do real, Fernando Henrique Cardoso. Em time que está ganhando não se mexe, disse o eleitor.

1998: com crise econômica internacional e ilusão de riqueza por um real mais caro que o dólar, o cenário era ambivalente. O eleitor flertava com a mudança, mas temia perder a estabilidade que conquistara. E concluiu: em time que está empatando não se mexe. FHC manteve a coroa, mas logo perderia a popularidade.

2002: a derrota do crescimento econômico era evidente. Defender o governo não era um esporte praticado nem pelo candidato da situação. Todos diziam ao eleitor que queriam mudar. Venceu quem temperou melhor mudança com estabilidade. Lula moderou o discurso e se elegeu.

2006: o eleitor pôs o crédito no bolso e o mensalão na geladeira nova. O País se dividiu em diagonal. Os emergentes do Norte-Nordeste foram mais determinados que os indignados do Sul-Sudeste. Lula ficou e começou a se transformar em mito.

2010: com a popularização do consumo, Lula elegeu Dilma como símbolo da continuidade. Nenhuma mudança, quase uma prorrogação. Bastou dizer que Dilma 1 seria igual a Lula 3.

2014: menos eleitores acham que haverá um Lula 4. Mais gente quer mudar, mas o quê? O governo? A oposição? Talvez ambos.

Dilma tem 23% de eleitores espontâneos - três pontos a menos que há um ano. Os de Aécio Neves (PSDB) eram 3%, são 5%. Eduardo Campos (PSB) segue com 1%. Eleitores que não sabem em quem votar sem ver uma lista são os mesmos 40%. O que mudou? Há três vezes mais gente dizendo que vai votar em branco ou anular: a taxa foi de 4% para 13% em um ano. De onde vieram?

Dos 19% que declaravam voto em Lula um ano atrás só sobraram 8%. A intenção de voto espontânea somada em Dilma e Lula caiu 14 pontos de novembro a novembro. Mas só 1 em cada 3 desses votos virou oposição. A desilusão dos outros dois é irrestrita.

A rejeição a Aécio (45%) e a Eduardo (49%) é maior no quarto de eleitores que querem mudar tudo do que na média do eleitorado. A de Dilma (67%) também, mas ela compensa a alta rejeição entre os mudancistas radicais com um potencial de voto três vezes maior que o dos rivais no terço de eleitores que prefere continuidade à mudança. A presidente ainda leva uma vantagem de dois para um entre quem quer mudar muito, mas não tudo.

A mudança está vindo, mas só vai ajudar quem souber encontrá-la.


  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
14/08/2023 - NONO NONO NONO NONO
11/08/2023 - FRASES FAMOSAS
10/08/2023 - CAIXA REGISTRADORA
09/08/2023 - MINHAS AVÓS
08/08/2023 - YSANI KALAPALO
07/08/2023 - OS TRÊS GARÇONS
06/08/2023 - O BOLICHO
05/08/2023 - EXCESSO DE NOTÍCIAS
04/08/2023 - GUARANÁ RALADO
03/08/2023 - AS FOTOS DAS ILUSTRAÇÕES DOS MEUS TEXTOS
02/08/2023 - GERAÇÕES
01/08/2023 - Visitas surpresas da minha terceira geração
31/07/2023 - PREMONIÇÃO OU SEXTO SENTIDO
30/07/2023 - A COSTUREIRA
29/07/2023 - Conversa de bisnetas
28/07/2023 - PENSAR NO PASSADO
27/07/2023 - SE A CIÊNCIA NOS AJUDAR
26/07/2023 - PESQUISANDO
25/07/2023 - A História Escrita e Oral
24/07/2023 - ESTÃO ACABANDO OS ACREANOS FAMOSOS

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques