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Críticas Construtivas Se todo governante quer, por quê não?!!!

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

O cadáver de Celso Daniel volta a incomodar Gilberto Carvalho
10/12/2013 - Blog de Reinaldo Azevedo - Veja.com

O ministro Gilberto Carvalho diz que vai processar o delegado Romeu Tuma Junior. Isso e lá com ele.

Em entrevista à VEJA, Tuma Junior o acusa de ter confessado a existência, sim, de um propinoduto em Santo André -- nota: Carvalho era o braço-direito do prefeito.

Mais do que isso. O agora ministro teria dito ao delegado que ele, pessoalmente, levava a dinheirama para José Dirceu.


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Não é a primeira vez que o nome do petista graúdo aparece na história. O oftalmologista João Francisco Daniel, um dos irmãos de Celso, diz que Carvalho lhe fez, sim, a confissão. E nos mesmos termos.

Marcos Valério também afirmou à polícia que foi convidado a dar um cala-boca, com grana, em pessoas que chantageavam Carvalho e Lula, ameaçando contar o que sabiam sobre a morte do prefeito.

Segundo disse, não aceitou a tarefa. Acho que é mais uma questão a ser investigada. Já escrevi sobre o estranho comportamento dos petistas quando Celso foi assassinado.

Recuperem o noticiário de janeiro de 2002, por ocasião da morte do prefeito.

Antes que qualquer pessoa aventasse publicamente a possibilidade de que o PT pudesse ter tido algum envolvimento, os petistas botaram a boca no trombone e saíram acusando a suposta tentativa de incriminar o partido, exigindo, em tom enérgico, que a polícia fizesse alguma coisa.

Montou-se uma verdadeira operação de guerra para controlar o noticiário. No arquivo do blog, vocês encontram alguns textos a respeito.

Celso foi o primeiro de uma impressionante série de oito cadáveres.

O prefeito morto era já o coordenador do programa de governo do então pré-candidato do PT à Presidência, Lula.

O partido seria o primeiro a ter motivos para desconfiar de alguma motivação política para o sequestro e imediato assassinato.

Deu-se, no entanto, o contrário: o partido praticamente exigia que a polícia declarasse que tudo não havia passado de crime comum.

O último morto, por causa desconhecida (!), foi o legista Carlos Delmonte Printes, que assegurou que Celso fora barbaramente torturado antes de ser assassinado.

Luiz Eduardo Greenhalgh, advogado do PT que acompanhou o caso em nome do partido e teve acesso ao cadáver, assegurou à família do prefeito, no entanto, que não havia sinais de tortura.

O fato é conhecido porque foi denunciado pelos familiares do morto.

Carvalho movimentou-se freneticamente logo depois da morte do “amigo” para que prevalecesse a versão do partido: crime comum.

O esforço deixou um rastro de conversas gravadas que vieram a público. Tudo muito impressionante.

Leiam, por exemplo, este diálogo em que Sérgio Sombra, acusado de ser um dos assassinos de Celso, entra em pânico e pede para falar com Carvalho.

Alguém garante que está sendo montado “um esquema”. Sombra, no diálogo abaixo, é o “personagem A”.

A – Ô Dias!

B – Oi chefe!

A – Onde é que você está cara?

B – Tô na avenida (…). Eu tô saindo, to indo praí.

A – (…) Fala prá ligá nesse instante (…) Pará de fazer o que está fazendo.

B – Peraí, Peraí, Perai. Ei! Oi! Escuta o (…) Já está aí onde está todo mundo (…) Alô!

A – Ô meu irmão!

B – Cara cê está no sétimo?

A – Ô meu! O cara da Rede TV está me escrachando, meu chapa! Tá falando que… Tá falando que é tudo mentira, que o carro tá pegando, que não destrava a porta, que sou o principal suspeito.

B – Ô cara! Deixa eu te falar. O que hoje tá pegando contra você é esse negócio do carro. Nós temos que fazer é armar um esquema aí: “porque as empresas de (…) junto com a Mitsubishi, por razões óbvias de mercado, se juntaram para dizer que você está mentindo, que o câmbio está funcionando”…Entendeu? Então é o seguinte…

A – Peraí. Perai, péra um pouquinho.

B – (…) Pô! Pegá o que Porra?

A – Chama o Gilberto aí! Chama o Gilberto! Tem que armar alguma coisa!

B – Calma!

A- Eu tô calmo. Quero é que as coisas sejam resolvidas.

Outro diálogo: “Puta! Tá dez!”

Há outro diálogo bastante interessante. Alguém liga para Ivone, tornada pelo partido a “viúva oficial” de Celso -- consta que era sua “namorada” à época… E lhe dá nota dez por sua performance como “viúva” numa entrevista.

Vocês entenderam direito. Leiam. Ivone é a personagem B.

A – Oi!

B – Oi meu amor. O Xande quer falar com você. Tá bom?

A – Ok.

B – Tchau.

C – Como vai minha querida?

B – Vou assim. Arrastando.

C – Ótima a sua entrevista! Viu?

B – Você gostou Xande?

C – Eu gostei muito mesmo.

B – É importante a sua opinião pra mim porque estou totalmente sem referência. Né?

C – Eu achei muita boa. Entendeu. Tá super. Tem coisas… tá perfeito!

(…)

B – Hoje tem uma coisa. Programa pra ir na Hebe.

A – É. Porque vai a mulher… a viúva do Toninho.

B – Sabe que o Genoino quer. E é uma merda, né? Uma merda!

A – Olha. Se você falar o que falou ai está 10. Puta! Tá 10, não parece estrela, a dor de uma viúva. Tá dez!

Como se nota, a morte do “companheiro” havia se transformado apenas numa questão de marketing e de guerra para ganhar a “mídia”.

Com direito a nota pela performance da, sei lá como chamar, “atriz” talvez.

Retomo

Já lhes contei aqui. Mesmo a ala petista da família Daniel rompeu com o PT.

Um dos irmãos, Bruno, teve de se exilar na França com mulher e filhos. Estavam sendo ameaçados de morte no Brasil.

Vale a pena, reitero, por curiosidade quase científica, voltar ao noticiário daqueles dias para constatar a frenética movimentação preventiva do partido, certo de que poderia conduzir para onde quisesse a opinião pública.

Passada uma semana, quem estava na defensiva era a polícia paulista…

Agora, a acusação de Tuma Junior se junta às de João Francisco e Marcos Valério.

Uma coisa é certa: o cadáver de Celso Daniel volta a se agitar no armário.

PS – Por favor, nada de acusações ou ilações além dos fatos nos comentários. O certo é pedir que tudo seja devidamente apurado. E pronto!


  

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