Do jeito que der 02/01/2014
- Roberto Avallone - UOL
Não são poucos os que me perguntam sobre o que está acontecendo. Com que então os clubes grandes estão econômicos em seus investimentos, ao contrário de 2013, e nem se aventuram mais no Mercado da Bola, sem cometerem nenhuma doce “loucurinha?”.
Na verdade, quem contratou jogadores de peso? Talvez o Fluminense, ao repatriar Conca, e o esperto Cruzeiro que levou para o seu já forte elenco- montado com jogadores com fome de bola- uma das revelações do Campeonato Brasileiro, Marlone, ex- Vasco.
Ah, claro, e o Santos, com a maior transação do futebol brasileiro em todos os tempos, Leandro Damião, goleador de mais de 40 milhões de reais.
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Damião veio, evidentemente, com a ajuda da Doyen Sports, que, segundo consta, teria pago toda a transação. O que para o torcedor pouco importa, pois o importante para ele é ver um craque vestindo a camisa de seu time pelo tempo que for possível.
Sem ajuda de parceiros, quase todos os clubes hesitam em mergulhar neste Mercado desfavorável, onde a procura por qualidade é bem maior do que a oferta.
O Corinthians, com toda a sua receita, por enquanto está apenas com o lateral-esquerdo Uendel como novidade, tentando fazer valer no próximo ano os muitos milhões gastos com Pato, Renato Augusto, Gil, etc., neste 2013.
O São Paulo, creio, cansou de errar em contratações como Lúcio, Clemente Rodriguez e vários outros que não deram certo.
O Palmeiras, até o momento calado, insinua-se até agora (segundo informações de bastidores) em apostas como o lateral-direito paraguaio, Jorge Moreira, o lateral-esquerdo, Willian Matheus, o meia-atacante Marquinhos Gabriel, o artilheiro da Sub-20, Rodolfo, e até este volante França, do alemão Hannover, que, confesso, jamais vi jogar.
Pode dar certo, pode não dar. Aliás, toda contratação é um risco. Luís Fabiano, por acaso, ao ser repatriado não era uma garantia de muitos gols e inúmeras conquistas pelo São Paulo? Não foi o que se viu.
O fato é que o ano de 2014 assusta os especialistas em negócios do Mercado da Bola, fazendo os clubes temerem por retorno baixo aos seus investimentos: é ano de Copa do Mundo no Brasil, grande parte da receita destinada ao futebol provavelmente estará comprometida com esse evento, coisa e tal.
Além disso, por quase todo um semestre, tirando os times que irão disputar a Libertadores, os clubes terão os Estaduais para disputar, competição que nem de longe tem o glamour de outros tempos.
Ah, tem também o imbróglio do Brasileiro, que ninguém pode garantir como será, pois é provável que a Portuguesa (talvez até através de sócios) entre na Justiça Comum, questionando o porque de ter sido rebaixada se teve boa performance no campo enquanto o Fluminense, rebaixado dentro de campo, continua na Série A através de vitória nos tribunais esportivos, graças à escalação do reserva Heverton -- até agora uma história muito estranha, além de entrar em conflito com o Estatuto do Torcedor.
É, motivos não faltam.
Só que tem aquela história: sem grandes times não há espetáculo, sem espetáculo não há grande público, sem grande público a receita é pequena, com receita pequena como fazer grande time?