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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Resta apelar ao jeitinho
21/01/2014 - O Estado de S.Paulo

Para responder às críticas da Fifa sobre os atrasos do Brasil na preparação para a Copa do Mundo, a presidente Dilma Rousseff prometeu que o País fará a "Copa das Copas".

A julgar pelo andamento das obras nos aeroportos, porta de entrada dos torcedores vindos de todo o mundo, a competição tem mesmo tudo para ser histórica -- será realizada no país-sede mais desorganizado de todos.


O Brasil, não custa lembrar, foi escolhido em 2007 para receber o Mundial. O calendário da disputa foi divulgado em 2011. Segundo a Fifa, nenhum outro país-sede teve tanto tempo para se preparar.

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Desde aquela época, porém, as autoridades têm se empenhado muito mais em louvar a própria capacidade de realizar o evento do que em fazer o que era realmente necessário.

Agiram como se a Copa nunca fosse chegar, e que o País viveria eternamente a fantasia patrioteira cantada no linguajar peculiar do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva -- que, ao agradecer à Fifa, disse que "o Brasil saberá fazer a sua lição de casa, realizar uma Copa do Mundo para argentino nenhum colocar defeito".

Mas a Copa, enfim, está chegando e, com ela, a realidade. A cinco meses da abertura, marcada para 12 de junho, ao menos metade dos aeroportos das cidades-sede ainda está com mais de 50% das obras atrasadas.

O caso do aeroporto de Fortaleza é um dos mais preocupantes, pois até dezembro teve apenas 25,9% das reformas concluídas, segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

O ministro da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, Moreira Franco, disse que as empresas designadas para realizar as obras no terminal cearense "visivelmente" não têm como entregá-las no prazo combinado, pois há um "atraso excessivo".

A solução não poderia ser mais brasileira: o governo vai apelar ao jeitinho. Moreira Franco disse que será necessário "construir alternativas".

A saída em estudo é erguer um terminal provisório, com estrutura pré-fabricada e forro de lona. Tal "puxadinho" já foi feito nos aeroportos de Guarulhos e de Florianópolis.

Não se chega a tal estado de coisas sem que haja muita incompetência.

O início das obras do aeroporto de Fortaleza estava previsto para outubro de 2011, mas elas só começaram oito meses mais tarde.

O projeto estava orçado em R$ 383,8 milhões, mas apenas 10% disso foi executado. O consórcio responsável já foi multado duas vezes em razão dos atrasos, mas tal medida não foi suficiente para agilizar as obras.

O aeroporto de Fortaleza é apenas um entre tantos símbolos da incapacidade do atual governo de realizar o que promete nos palanques.

Em Salvador, por exemplo, as obras no aeroporto também estão em estado "crítico", nas palavras de Moreira Franco, e talvez seja necessário interrompê-las agora e retomá-las somente depois da Copa, para evitar que os passageiros sofram ainda mais.

No Galeão, a entrega do Terminal 1 reformado deveria ter acontecido há um ano e quatro meses, mas nada indica que a obra será concluída até a Copa. O Terminal 2, por sua vez, experimenta atraso de seis meses.

No Recife, a nova torre de controle deveria ter sido inaugurada em fevereiro de 2012, mas as obras nem começaram.

Situação semelhante acontece em outros aeroportos de cidades-sede, como em Porto Alegre, onde apenas 2% das obras estão concluídas, e em Confins (MG), Cuiabá e Curitiba, cujas reformas não chegaram à metade do previsto.

Em Natal, as obras do aeroporto em São Gonçalo do Amarante já estão 78% concluídas, mas a estrada de acesso ao terminal só começou a ser construída há menos de dois meses, e é provável que tudo seja inaugurado apenas às vésperas do pontapé inicial.

Tudo isso está acontecendo mesmo com o Regime Diferenciado de Contratações, um drible do governo na Lei de Licitações para, supostamente, acelerar as obras da Copa.

A Infraero garantiu que os aeroportos terão a infraestrutura necessária para receber bem os visitantes, ainda que, a esta altura, seja necessário apelar ao improviso -- algo que deveria fazer corar qualquer governante que se considere responsável.


  

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