capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 24/11/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.941.748 pageviews  

Críticas Construtivas Se todo governante quer, por quê não?!!!

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Fiasco industrial e comercial
11/02/2014 - O Estado de S.Paulo

Sem responder às críticas e sem explicar a inegável crise do setor industrial nos últimos três anos, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, tentou desqualificar os comentários feitos pelo empresário Pedro Passos, presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), em entrevista publicada no Estado de domingo.

O empresário, segundo o ministro, converteu-se em "militante de projeto político eleitoral da oposição" e suas críticas foram feitas fora do âmbito do debate. Não merecem, portanto, uma resposta.

Foi uma pena ele ter escolhido esse caminho fácil. Talvez tivesse produzido algo interessante, instrutivo e original, se tentasse responder com base em dados técnicos e em fatos.


PUBLICIDADE


Afinal, o discurso econômico do governo tem sido muito ruim, do ponto de vista técnico, e em geral se esfarela quando confrontado com os fatos -- como taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), inflação muito longe da meta, contas externas em deterioração, contas públicas maquiadas de forma tosca e baixo nível de investimento público e privado.

Mas o ministro preferiu evitar o confronto com as afirmações do empresário sobre a perda de credibilidade do governo, as prioridades erradas da política econômica, as causas do descompasso entre demanda e oferta e a necessidade de medidas urgentes para a elevação da produtividade.

O ministro deveria ser capaz de tratar dessas questões. Afinal, foi responsável, durante os últimos três anos, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior -- três áreas onde se acumularam resultados desastrosos.

Se o PIB tiver crescido 2,3% em 2013, a expansão econômica terá ficado em 6,1% em três anos, com média anual muito próxima de 2%, uma taxa humilhante em comparação com os padrões internacionais, mesmo numa fase de crise global.

A produção industrial, pelos números conhecidos até agora, foi em 2013 quase 1% inferior à de 2010, último ano do governo anterior.

A inflação se manteve muito perto de 6% e em 2014 continuará longe da meta de 4,5%.

O superávit comercial caiu seguidamente e só se manteve em US$ 2,56 bilhões no ano passado graças ao agronegócio e à exportação fictícia de US$ 7,74 bilhões de plataformas de petróleo e gás.

Os setores sob responsabilidade do ministro - desenvolvimento, indústria e comércio exterior - compõem uma lista de fracassos e harmonizam-se muito bem com a coleção de fiascos econômicos acumulada em três anos pela presidente Dilma Rousseff.

Sem enfrentar críticas como a do presidente do Iedi, o ministro Fernando Pimentel se permite atribuir o baixo crescimento brasileiro a fatores externos, repetindo sem constrangimento aparente o blá-blá-blá habitual de seus companheiros de governo.

"Analistas falam do Brasil como se a crise não existisse, como se devêssemos ter desempenho de atleta olímpico em meio à Amazônia", disse ele em entrevista ao jornal Valor.

Não se sabe se corou ao pronunciar essa frase, mas é improvável.

Nenhum ministro brasileiro explicou até agora por que a crise afetou o Brasil tão cruelmente e permitiu, ao mesmo tempo, desempenho muito melhor a economias em desenvolvimento da Ásia e da América do Sul. Talvez porque tivessem governos mais competentes, mais sérios e menos propensos a gastar bilhões para estimular o consumo, quando o problema estava em outras áreas.

Depois de três anos sem brilho na chefia de uma pasta potencialmente muito importante, o ministro Pimentel deixa o posto para disputar o governo de Minas Gerais e ajudar a presidente Dilma Rousseff em sua campanha para a reeleição.

Apresentado pela imprensa, na época de sua nomeação, como um futuro superministro, ele sai de Brasília sem um triunfo na política industrial e com resultados humilhantes na área do comércio exterior.

Duplamente humilhantes, pelo resultado geral da balança e pelo rombo crescente no comércio de manufaturados. Mas há um lado positivo nessa história: imagine-se o resultado se ele tivesse acumulado a responsabilidade pela política agrícola.


  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
14/08/2023 - NONO NONO NONO NONO
11/08/2023 - FRASES FAMOSAS
10/08/2023 - CAIXA REGISTRADORA
09/08/2023 - MINHAS AVÓS
08/08/2023 - YSANI KALAPALO
07/08/2023 - OS TRÊS GARÇONS
06/08/2023 - O BOLICHO
05/08/2023 - EXCESSO DE NOTÍCIAS
04/08/2023 - GUARANÁ RALADO
03/08/2023 - AS FOTOS DAS ILUSTRAÇÕES DOS MEUS TEXTOS
02/08/2023 - GERAÇÕES
01/08/2023 - Visitas surpresas da minha terceira geração
31/07/2023 - PREMONIÇÃO OU SEXTO SENTIDO
30/07/2023 - A COSTUREIRA
29/07/2023 - Conversa de bisnetas
28/07/2023 - PENSAR NO PASSADO
27/07/2023 - SE A CIÊNCIA NOS AJUDAR
26/07/2023 - PESQUISANDO
25/07/2023 - A História Escrita e Oral
24/07/2023 - ESTÃO ACABANDO OS ACREANOS FAMOSOS

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques