Que tal canonizá-los? 18/02/2014
- Blog de Reinaldo Azevedo - Veja.com
Estou pensando se devo entrar também no movimento em favor da canonização do deputado estadual Marcelo Freixo (RJ) e do PSOL, esse partido formado apenas de seres de luz que, por onde passam, deixam um rastro de clareza, de verdade e de apelo à racionalidade.
Bastou que começassem a surgir as primeiras evidências -- inclusive com o testemunho de um dos assassinos de Santiago Andrade -- de que há organizadores e financiadores da violência para que viessem a público artistas, jornalistas e até humoristas em defesa do PSOL e de Freixo.
Asseguram, contra as evidências e com a certeza dos farsantes, que eles não têm nenhuma relação com os black blocs.
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Não?
Bem, doações de vereadores do partido estão na planilha de um dos eventos “beneficentes” promovidos pela turma.
Os advogados que se apresentam como defensores desses bravos pertencem a uma ONG ligada ao PSOL, comandada por um dos auxiliares de Freixo, que só pensa, claro, no bem da humanidade.
A parceria entre o partido e os black blocs é de agora?
Ela se revelou de maneira escandalosa, por exemplo, na indecorosa, indecente e politicamente criminosa greve dos professores da rede municipal do Rio, organizada contra aquele que é apenas o melhor plano de carreira do país.
Humoristas, cantores e colunistas não precisam acreditar em mim.
Acreditem no PSOL, que comanda o sindicato. Acreditem no vídeo, em que uma representante sindical assume a parceria.
Como vocês podem constatar, além de demonstrar que estão juntos, o rapaz que discursa incita, na prática, à violência contra os policiais, comparando-os, adicionalmente, a nazistas.
Para ele, os PMs são tão culpados por aquilo que chama “repressão” como os comandantes.
À época, em entrevista ao jornal O Dia, o coordenador-geral do sindicato afirmou:
“As manifestações dos profissionais de educação continuarão a ser organizadas pelo sindicato, mas os black blocs serão sempre bem-vindos. O sindicato não pode se responsabilizar por atos anteriores, mas, nos protestos dos professores, os causadores dos conflitos não foram os black blocs e sim a polícia”.
Era mentira! Os mascarados é que deram início aos confrontos.
Corinho fascistoide
Vejo agora cantores, colunistas e humoristas, num corinho fascistoide, acusando os “reacionários” (claro!) de tentar explorar a morte de Santiago Andrade.
Por “explorar”, entendem a exposição nua e crua dos fatos, como eles se deram. Por “explorar”, entendem a reação de indignação; por “explorar”, entendem a apuração das responsabilidades, também as políticas.
Que gente notável! Que grandes democratas! Como essa morte é, obviamente, incômoda à sua “causa”, então eles acham que se deve silenciar a respeito. O cadáver deveria ficar escondido.
A questão me parece bastante simples. Vamos ou não admitir que há um patamar de civilização abaixo do qual não pode haver diálogo e convivência?
O PSOL decidiu ser os black blocs sem máscara, e os black blocs são a versão mascarada do PSOL.