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Críticas Construtivas Se todo governante quer, por quê não?!!!

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Tropa em alerta
05/03/2014 - Antero Greco - O Estado de S.Paulo

Medo é dos sentimentos aos quais a humanidade está acorrentada desde a origem.

Ao nascermos, tão logo vemos a luz e antes da primeira mamada, abrimos berreiro, pois nossos genes nos informam que acabou a moleza e vem bronca, sabe-se lá por quanto tempo. É atávico.

Mas isso nos leva, também, a pensar, a criar, a nos desenvolvermos e a nos protegermos.


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Luiz Felipe Scolari tem intuição forte e autoridade suficiente para tirar proveito dessa insegurança instintiva e transformá-la em ponto positivo para as equipes que dirige.

Não é por acaso que ontem, em Johannesburgo, mandou recado diretíssimo aos jogadores, ao avisar em público que cortará da lista dos 23 eleitos para o Mundial aquele que, até maio, tirar o pé do acelerador nos clubes.

Fez corpo mole, evitou divididas, comportou-se como chinelinho, não serve pra seleção. Palavra de chefe.

Mensagem clara: não se admitem covardes nas batalhas marcadas para o período de 12 de junho a 13 de julho. Como leitor e admirador de A arte da Guerra, escrita pelo chinês Sun Tzu quatro séculos antes de Cristo, o nosso Felipão entende que a tropa precisa manter-se em alerta máximo desde já.

A lógica é simples: se atletas se pouparem nos torneios avulsos, por receio de sofrerem lesões, quem garante que não venham a recuar na hora do desafio maior? Quanto mais adrenalina acumularem daqui em diante, tanto melhor para assimilar o espírito de dedicação que o campeonato exige. Felipão quer a rapaziada na ponta dos cascos.

A postura do técnico não é estapafúrdia. Ao agir assim, pretende estimular os moços e, ao mesmo tempo, evitar choques com as agremiações que bancam os salários deles. Tudo parte da estratégia ampla de criar clima que contenha ansiedade e harmonia devidamente equilibrados para alcançar o sucesso - no caso, levantar a taça da Fifa.

O medo é inconsciente. O profissional reconhece que o risco de contusão está implícito na atividade de jogar bola. Os mais experientes alegam que, ao entrar em campo, no calor da partida, esquecem de limitações e se entregam com vontade. Acredito, assim como acredito que um ou outro possa evitar um choque brusco porque, de algum canto do cérebro, soa o alarme - o que não significa, necessariamente, que esteja a comportar-se como medroso.

Houve quem interpretasse a declaração de Felipão como uma indireta para Fred, aparentemente o mais vulnerável do elenco, pela frequência constante com que sai de cena para tratar de lesões. Não creio nisso, embora também não descarte nada. A impressão que fica à distância é a de que o artilheiro do Fluminense imagina evolução natural até a estreia, diante da Croácia. Sem forçar. Tomara seja isso.

Só não pode fazer como o saudoso Dirceu. O ponta era um dos veteranos da Copa de 1982 que Telê Santana havia chamado para a aventura no México, em 1986. Dias antes da lista definitiva, o mestre submeteu todo mundo a teste físico. Quem não estivesse bem, seria cortado. Dirceu, então, estava recém-recuperado de problemas musculares e deu um engana-trouxa no treino, certo de que se sairia bem. Saiu tudo errado. Telê interpretou a cautela como insegurança, optou por Valdo e Dirceu foi pra casa.

A propósito de condição física bom lembrar que a convocação de Rafinha tem a ver com uma das dúvidas de Scolari. O lateral do Bayern terá chance contra a África do Sul e, se corresponder, aumentará a probabilidade de garantir vaga. O titular na Copa será Daniel Alves e o reserva imediato, Maicon, baixa corriqueira na Roma. Daí a busca por alternativa. Nesse caso se encaixa Fernandinho, também novidade de última hora. Se aproveitar a oportunidade, fica com o lugar de Lucas Leiva, outro que lida demais com restrições físicas.

A seleção pra valer surgiu na Copa das Confederações do ano passado. Felipão encampou várias certezas, algumas dúvidas e dali pra frente dedicou-se a ajustes. Não há coelhos para tirar da cartola. A missão, agora, consiste em evitar que se baixe a guarda.


  

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