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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Perto do transbordamento
10/04/2014 - Celso Ming - O Estado de S.Paulo

Desculpas não faltarão, mas serão esfarrapadas. Nada justifica esse nível de inflação tão alto, em dobradinha com o crescimento do PIB tão fraco.

O avanço do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o medidor oficial para efeito de definição dos juros e da meta de inflação, foi de 0,92% em março (em relação a fevereiro), o mais alto para o mês de março desde 2003.

Em 12 meses, atingiu 6,15%. Se alcançar 0,88% em abril, como alguns analistas começam a admitir, em 12 meses a inflação transbordará o teto da meta (6,5%) e acima desse teto quase inevitavelmente ficará, pelo menos até agosto.


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A conversa de que a economia enfrenta um choque de oferta de alimentos em consequência da seca é apenas um pedacinho da verdade.

Em março, nada menos que 71,0% dos preços que compõem a cesta de consumo sofreram elevação (índice de difusão), mesmo não tendo nada a ver com alimentos.

A escalada é essa que estamos vendo porque a demanda sanciona as remarcações. É só conferir as listas de preços dos restaurantes e em quase toda a área de serviços, mesmo onde não há choque de oferta.

Até os preços médios da gasolina subiram 0,67% em março. E não houve reajuste dos combustíveis na ponta da refinaria.

O aumento de 26,5% nas passagens aéreas, por exemplo, nada tem a ver com choques de oferta.

O consumidor aceita as remarcações, às vezes reclama, mas para por aí.

Em outras palavras, a inflação é o resultado da política econômica. O governo gasta demais e cria demanda.

Até mesmo o represamento dos preços administrados, como os da energia elétrica e dos combustíveis, produz inflação em outras áreas porque está todo mundo sabendo que o governo prepara uma paulada para depois das eleições.

Por conta disso, os formadores de preços vão se defendendo desde já com remarcações. Em 12 meses, a alta dos serviços, por exemplo, foi de 9,09%.

Em março, os preços livres subiram 1,2% e os administrados, que dependem de aprovação prévia do governo, recuaram 0,02%.

Embora discretamente, o Banco Central já denunciou as consequências ruins desse represamento.

Neste momento, as quatro únicas respostas do governo Dilma contra a inflação são: a alta dos juros promovida pela política monetária; a retranca dos preços administrados; a baixa do dólar (âncora cambial); e a promessa de que fará um superávit primário (sobra de arrecadação para pagamento da dívida) de 1,9% do PIB.

É decididamente pouco, diante do forte avanço das despesas públicas, da fúria da indexação e da relativa escassez de mão de obra, que aumenta os custos de produção.

O Banco Central vai seguir no seu pinga-pinga, sabe-se lá até quando e com que eficácia.

E o resto do governo não pretende passar nenhuma conta da alta de preços para a população, porque elegeu como prioridade número um a criação de clima propício para as eleições.

Isso quer dizer que um contra-ataque para valer só acontecerá antes de outubro se a própria inflação ameaçar os planos eleitorais do governo. Não parece ser a percepção atual.

Fed

A Ata do Fed (o banco central dos Estados Unidos), publicada três semanas depois de suas reuniões, passou o recado de que não há pressa para novos apertos monetários.

Do ponto de vista da economia brasileira, ficou claro que o início do processo de retirada de dólares dos mercados ainda vai demorar.

Isso significa que não há risco iminente de que escasseie moeda estrangeira necessária para a cobertura das contas externas.


  

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