Que vida boa, hein Zé Dirceu! 30/04/2014
- Blog de Reinaldo Azevedo - Veja.com
Que vida boa, hein José Dirceu!
A partir das 15h45, quando começou a surra do Real Madrid sobre o Bayern de Munique, eu estava ocupado em fazer o blog, em pôr no ar um programa de rádio às 18h, em ler a respeito das peripécias dos políticos brasileiros, em saber, afinal de contas, que diabos a Comissão de Direitos Humanos havia encontrado na Papuda.
É estupefaciente que essa comissão tenha se deslocado até a Papuda para constatar como sofre este patriota!
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Até parece que há poucos problemas nos presídios brasileiros, não é mesmo?
Ou que outros grupos vulneráveis não estejam sujeitos às mais duras agressões.
Eis uma das razões por que as esquerdas não suportavam que a comissão fosse presidida pelo deputado Marco Feliciano (PSC-SP).
Aquela história de “cura gay” -- projeto que, de resto, nunca existiu; esta é uma das maiores mentiras contadas na política brasileira nos últimos anos -- era pura cascata.
Esses valorosos moralistas gostam de aparelhar entes do estado para proteger os de sua turma.
Vejam lá: o presidiário Dirceu fez o que Reinaldo Azevedo -- presidiário do trabalho e do suor do próprio rosto -- não pôde fazer: ver o show de bola do Real Madrid e de Cristiano Ronaldo.
De resto, está caracterizado: ele tem privilégios no presídio -- cujo chefe, na prática, é o governador Agnelo Queiroz, do PT -- a ninguém mais concedidos.
Não me surpreende.
Eis o Zé.
Isso o define.
Quando militante estudantil, ele não era exatamente um carregador de piano; gostava era dos grandes momentos, das apoteoses.
Quando treinou guerrilha em Cuba, ganhou fama de preguiçoso; não deve ter matado ninguém com as próprias mãos porque, de fato, nunca aprendeu a atirar.
Quando voltou ao Brasil como clandestino, virou marido de uma pequena empresária, levando vida boa.
Chegou a Anistia, e ele se mandou.
No governo Lula, sempre foi fiel à causa, mas tinha o seu próprio aparato.
Cassado e sem o cargo, virou um “consultor” de empresas privadas, que operava em quartos de hotel, onde recebia autoridades da República.
O Zé, em suma, não se aperta.
O socialismo, também o seu, é um sistema para assegurar privilégios.