A boçalidade atinge o estado de arte 12/05/2014
- Blog de Reinaldo Azevedo - Veja.com
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Falo um pouco sobre a, por assim dizer, “arte” das moças. Não tenho nem raiva nem asco. Tenho é pena!
Sempre que a ignorância consegue ser assim tão evidente, tão escancarada, tão alvar, como não perguntar o que terá dado de errado no meio do caminho?
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De algum modo, elas são vítimas. Nem que seja da própria estupidez.
Como é? Se o papa fosse mulher, o aborto já teria sido liberado?
Por quê?
Isso quer dizer que todas as mulheres são, então, favoráveis ao aborto?
Ou, pior, estão a sinalizar que o homem não deve ter, nessa questão, nem direito de voz nem de voto?
Como conciliar essa sabedoria com a paternidade responsável?
“Ei, papa, levante o seu vestido/ quem sabe aí embaixo não está o Amarildo?”
Não são versos nem anárquicos nem ousados. São apenas burros, desinformados.
A Igreja esteve entre as instituições que mais pressionaram para que se chegasse aos assassinos do pedreiro.
Essas bobalhonas tão orgulhosas da própria burrice certamente não sabem que, a cada ano, 100 mil “Amarildos” morrem na África, na Ásia e no Oriente Médio apenas porque são… cristãos!
Ignoram certamente que a Igreja Católica é o maior hospital do mundo, o maior orfanato do mundo, a maior rede de caridade do mundo, a maior escola do mundo…
O trabalho dos cristãos salva milhares de vidas todos os dias.
Mas isso é apenas informação. E elas não têm tempo para isso.
Santo Deus!
Essas coitadas deveriam ler, sei lá, Marcuse para saber como o palavrão pelo palavrão, longe de ser um sinal de libertação, é a mais pura expressão do recalque.
Na busca desesperada para ofender a “moral burguesa”, apenas se degradam.
De resto, poderia haver nessa coisa que fazem alguma elaboração.
Os versos, ainda que infames no conteúdo, poderiam ter alguma elaboração.
É tudo de uma pobreza à altura da “mensagem”.
Eh, Tarso Genro!
Eis aí o Rio Grande do Sul governado por Tarso Genro, o teórico que, já lembrei aqui, escreveu um livro chamado “Lênin, Coração e Mente”.
Foi o único homem no mundo a ter encontrado um “coração” no facinoroso.
Vejam lá!
A emissora pública do Rio Grande do Sul leva ao ar um grupo que convida:
“Sou anarquista doida, pichadora e ‘vida loca’/
Não vem com moralismo, tu não vai calar minha boca/
Vem vandalizar, deixa de ser bundão/
Se rola prejuízo, é na conta do patrão”
Que perigo essas moças representam?
Nenhum!
A questão é saber se uma TV pública tem o direito de, com os impostos pagos pelos gaúchos, abrir espaço para uma turma que prega abertamente o vandalismo e a violência.
Tem?
Mais: a TVE do Rio Grande do Sul levaria ao ar um grupo que atacasse, por exemplo, espíritas, macumbeiros, muçulmanos ou judeus?
Por que a agressão aos católicos é aceitável?
E notem que nem entro no tratamento demencial dispensado por essas moças à questão do aborto.
Aí, pobrezinhas!, é preciso coragem não para defender o assassinato de crianças, mas para enfrentar alguns livros.
Agora aguardo os próximos passos da TVE.
Depois das “Putinhas Aborteiras”, há o risco de termos Tarso Genro declamando seus poemas numa espécie de “Sessão Privê”.
E ele, então, poderia lambuzar a tela com delicadezas como esta:
“Quanto te esperei e quanto sêmen
inútil derramei até o momento”.
Vocês, gaúchos, botaram lá o poeta de mão cheia.
E só vocês podem tirá-lo.
Faltam cinco meses.
O grupo “As Putinhas Aborteiras” transformou-se no emblema de um jeito de governar, acho eu.
Tarso certamente não vai ficar ofendido de eu falar assim.
Se ele acha que os gaúchos merecem pagar por isso e se ele considera que essa é uma boa atração para a sua TV Educativa, é sinal de que aprecia o trabalho.
Não é de estranhar que o Estado seja o que mais resiste a pagar o piso salarial dos professores.
Tarso nutre ideias muito próprias sobre o que seja “educação”.
*
Atenção!
Gente que age nesse limite da provocação barata conta com o erro de seus supostos adversários para depois acusar jogo bruto. Assim, comentem com comedimento, por mais que o conjunto da obra seja asqueroso. Não aceitarei que se devolvam aqui as agressões que Tarso Genro permitiu que fossem levadas às casas dos gaúchos.