Campanha de Dilma avalia como concreto o risco de o PR deixar aliança 21/05/2014
- Painel - Folha de S.Paulo
Partido ao mar?
A coordenação da campanha de Dilma Rousseff avalia que é concreto o risco de o PR deixar a aliança que dará sustentação à reeleição da presidente.
Dirigentes do partido que defendiam o apoio à petista estão cada vez mais isolados, e o grupo do ex-deputado Valdemar Costa Neto, preso pelo mensalão, voltou a dar as cartas.
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O primeiro indicativo de rompimento é a aliança com Geraldo Alckmin em São Paulo, que, segundo dirigentes da sigla, pode ser anunciada nas próximas semanas.
Salve geral
O líder do PR na Câmara, Bernardo Santana (MG), se reuniu com Aécio Neves na semana passada. Ele confirma a dificuldade de aliança com Dilma, mas nega a influência de Valdemar. “Tenho ido visitá-lo na prisão, mas não tem nada a ver.”
Tô fora
Para evitar a volta de especulações de que poderia ser vice na chapa de Alexandre Padilha (PT) ao governo, o ruralista Maurílio Biagi pediu sua desfiliação do PR.
O sonho…
Aliados de Marina Silva reconhecem que a discussão sobre a posição do PSB na disputa pelo governo de São Paulo não evoluiu nas últimas semanas.
…acabou
Nas conversas com a cúpula pessebista, a Rede deixou de defender um nome que agrade aos sonháticos e passou a topar qualquer candidatura própria.
Senha
Já os defensores da aliança com Alckmin se animaram com a declaração de Eduardo Campos ontem, na Bahia, de que o PSB vai respeitar as direções estaduais para definir apoios. Acham que isso reabre a chance de compor com o PSDB.
Trégua
Marineiros ponderam que não deve haver decisão sobre o futuro do grupo no Estado enquanto a ex-senadora estiver no exterior. Ela volta no final do mês.
Sucata 1
No programa eleitoral que vai ao ar na quinta-feira, o DEM compara a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, pela Petrobras, à de um carro velho.
Sucata 2
“Imagine comprar esse carro, usado, pelo preço de dois carros de luxo”, diz um ator. A propaganda martela que “neste governo nada acontece” e cita obras paradas e dados como baixo crescimento e inflação alta.
Cuidado
O Planalto reagiu com espanto à prisão do governador Silval Barbosa (PMDB-MT) pela Polícia Federal. Integrantes do governo questionaram se os agentes agiram de modo “arbitrário”.
Urna
A recusa do mandado de busca e apreensão na casa de Blairo Maggi (PR-MT) levou integrantes da PF a reclamar de que o STF tem criado dificuldades a investigações que esbarram em autoridades desde 2003. Agentes relatam restrições para apurar especialmente o financiamento ilegal de campanhas.
Inflação
O governo monitora com preocupação a inclusão, na pauta da Comissão de Constituição e Justiça, da PEC que concede um adicional de 5% aos salários de juízes e promotores a cada cinco anos de carreira.
Fura-teto
Técnicos calculam que a remuneração de um ministro do Supremo pode chegar a R$ 39.774, o que ultrapassaria o teto salarial do funcionalismo público.
De casa
A secretária-executiva do Ministério da Justiça, Marcia Pelegrini, deve deixar a pasta para integrar a equipe jurídica da campanha de Dilma Rousseff.
Chapa rubra
As quatro autoridades sentadas à mesa da CPI da Petrobras pareciam ter combinado figurino: José Sérgio Gabrielli, Vital do Rêgo (PMDB-PB), Antônio Carlos Rodrigues (PR-SP) e José Pimentel (PT-CE) usavam gravatas em tom vermelho.
TIROTEIO
“A CPI do Senado é uma ação entre amigos. Lamento que Renan esteja colaborando com essa farsa ao adiar a criação da CPI mista.”
DO DEPUTADO VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP), sobre prazo de Renan Calheiros para indicar representantes da comissão mista para investigar a Petrobras.
CONTRAPONTO
Café frio e pão amanhecido
Em reunião da direção do PMDB com as bancadas do partido no Congresso, na semana passada, o ex-deputado Geddel Vieira Lima (BA) virou motivo de brincadeira entre os colegas por estar sem cargo público, sentado à ponta da mesa, longe dos caciques da sigla.
A certa altura, quando foi servido um lanche, Geddel precisou se levantar e caminhar até o outro lado da mesa, onde encheu uma das mãos de pães de queijo.
— Assim não dá! Não aguento mais ficar longe do poder! — disse o ex-deputado, arrancando gargalhadas dos colegas peemedebistas.