Os gatos abandonam o navio 04/06/2014
- Blog de Carlos Brickmann - Observatório da Imprensa
Paulo Skaf, candidato do PMDB ao Governo paulista, recebeu apoio público da presidente Dilma: ele, como o petista Padilha, seria seu preferido, para forçar um segundo turno contra o tucano Alckmin.
Skaf rejeitou o apoio de Dilma: disse que é de oposição tanto ao PSDB quanto ao PT.
O presidente nacional do PMDB, Michel Temer, está com Dilma, é seu candidato a vice?
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Problema dele.
O PMDB do vice Temer, principal partido de apoio a Dilma, já negocia com seus adversários na eleição presidencial no Rio, Goiás, Rio Grande do Sul, Minas, Santa Catarina, Bahia, Mato Grosso, Minas, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Pernambuco.
O PP de Paulo Maluf fechou em São Paulo com o PT de Padilha, mas no Rio Grande do Sul a candidata favorita ao Governo, Ana Amélia, vai com Aécio -- e se opõe a Dilma nos mesmos Estados em que o PMDB mudou de lado.
Dilma negocia com Alfredo Nascimento, do PR (que ela demitiu do Ministério naquilo a que chamou de “faxina ética”), para tentar segurar o apoio do partido; mas precisa negociar também na Papuda, onde despacha hoje o comandante de fato do PR, o mensaleiro Valdemar Costa Neto.
Nanicos como PTN, PRP, PHS, PTC, PSL e PMN já mudaram de lado.
Dilma continua com ampla vantagem no tempo de TV -- mas deve-se imaginar o motivo que leva tantos políticos, nenhum dos quais gosta de levar desvantagem em nada, a abandonar uma candidata favorita, com o dobro de tempo de TV, para ficar com seus adversários.
Quando tantos pulam do navio, resta a Dilma bradar o "Vada a bordo, cazzo!".
Desejos atendidos
Diziam os gregos que os deuses, quando querem destruir uma pessoa, atendem a seus desejos.
Dilma tanto insistiu na importância do futebol no País da Copa que o futebol se infiltrou em tudo o que ocorre por aqui.
Bastou o cantor Falcão, vocalista da banda Rappa, criticar o Governo, para que as dezenas de milhares de pessoas que assistiam a seu show em Ribeirão Preto, SP, a entoar para ela um coro normalmente dedicado a juízes de futebol, o famoso “Ei, juiz, vá…”
A grande família
Maria Ferreira da Silva Moreno, dona de casa, viúva, filha de dona Lindu e do sr. Aristides, por alcunha Maria Baixinha ou Maria Pequena, pediu a Romeu Tuma Jr., ex-secretário nacional da Justiça, que autografasse seu livro "Assassinato de Reputações".
Normal: muita gente fez o mesmo.
O livro, escrito pelo jornalista Cláudio Tognolli a partir do depoimento de Tuma Jr., está há meses na lista dos campeões de venda.
Agora, as curiosidades: no livro, Tuma Jr. diz que Lula, codinome Barba, era informante de seu pai, o delegado de Ordem Política e Social Romeu Tuma; e Maria Baixinha é irmã de Lula.
Aliás, sua irmã favorita.
O grande fantasma
Na Carta Capital, Lula disse que o jornalista José Nêumanne Pinto, autor do livro "Tudo o que sei de Lula", jamais o encontrou pessoalmente.
Pois o repórter Cláudio Tognolli desencavou uma foto de ambos, abraçados.
Nêumanne é fácil de relembrar: pode carregar duas melancias no boné.
A foto de Lula com o fantasma cabeçudo está em www.brickmann.com.br/artigos O grande fantasma
A Copa e o crime
O Estado de S.Paulo publicou reportagem sobre o acordo entre os black-blocs e o PCC, líder do crime organizado, para tumultuar a Copa.
O juiz Odilon de Oliveira, especialista em narcotráfico, jurado de morte pelo crime organizado, vem dizendo o mesmo há meses (em janeiro, a coluna Diário do Poder, de Cláudio Humberto www.diariodopoder.com.br publicou suas informações).
A articulação existe; se houvesse um Ministério da Justiça, já teria neutralizado a trama.
Todos juntos, vamos
Esta notícia mostra como funciona o Brasil.
A Qualicorp, intermediária de planos de saúde, segunda colocada em reclamações de clientes no site ReclameAqui, pertence a José Seripieri Jr.
Seripieri Jr. se casou na Quinta da Baronesa, em Bragança, SP, com uma festa luxuosíssima para 600 convidados, com champanhe francês Premium Ruinart e show de Roberto Carlos.
Coisa bem próxima de dois milhões de reais.
Entre os presentes, Lula e sua esposa Marisa; Alckmin e sua esposa Lu; o prefeito paulistano Fernando Haddad; Marta Suplicy e seu marido, Márcio Toledo.
PSDB, PT, confraternizando em torno do empresário que ganha dinheiro desagradando aos clientes.
Amigos de fé, irmãos camaradas.
Comprando o sossego
Nada como perceber que o problema é sério e não dá para contorná-lo com novas promessas para que os poderosos se tornem razoáveis e aceitem negociações.
Houve operações que criaram problemas para o Governo; e, à medida que a Copa se aproxima, problemas maiores podem surgir.
Imagine uma greve da Polícia Federal uns dias antes da Copa, quando chegam os turistas.
Ou, pior ainda, imagine o pessoal trabalhando com força redobrada em novas operações.
Pois agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal conseguiram reajuste de 15,8%.
Para isso, o Governo Federal terá de mudar a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2014 e a Lei Orçamentária Anual.