Fim de partida: final melancólico de governo! 17/06/2014
- Dr. José Nazar - publicado no Instituto Liberal
Jacques Lacan, o mais famoso psicanalista francês, afirma sabiamente que a melancolia -- ou seja, a não aceitação da perda do objeto mais precioso -- pode ser traduzida como uma covardia moral.
Quer dizer que a máscara que protegia o indivíduo, ao cair, deixa-o sem recursos diante dos outros.
O sujeito, então, escolhe esconder-se na tristeza, na vergonha, protegendo-se do enfrentamento da realidade mostrada como sua verdade.
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A imagem arranhada funciona como um fantasma, um algoz severo que insiste no questionamento do que antes era apresentado.
A presidente Dilma Rousseff deveria ter falado na cerimônia de abertura da Copa do Mundo no Brasil.
Trata-se de uma questão moral e ética! Era seu dever tomar a palavra e falar em nome da nação que recebe as delegações, o público, a imprensa do mundo inteiro e de nosso País.
É inadmissível que uma chefe da nação, que usou o dinheiro público para construir doze estádios quando a própria Fifa havia dito que só necessitava de oito, não fale no Evento de Abertura da Copa do Mundo!
Isso, sem citar todas as obras caríssimas, inacabadas, inauguradas às pressas para o Evento…
O que levou a chefe da nação a perder a
oportunidade de aproveitar o ensejo para, em seu discurso, dizer dos “benefícios” que a Copa teria trazido para seu País.
Logo ela, que nunca perde uma única oportunidade para enaltecer os feitos seus e de seu Partido!
Como interpretar essa situação, tão esdrúxula quanto paradoxal, ainda mais num ano eleitoral?
Há uma dívida pairando no ar, pois toda a nação e os povos estrangeiros que vêm acompanhando pela imprensa os acontecimentos sociais e políticos da Copa no nosso País, esperavam uma palavra da Chefe Suprema da Nação, na presença de seu povo representado, no Estádio de Abertura da Copa, pelos torcedores e suas famílias.
Como entender que o pronunciamento, tão esperado e devido, tenha sido feito em Rede Nacional de Rádio e Televisão, protegido dos questionamentos, do olhar, e da reação do povo, em nome do qual a nossa governante enverga seu cargo?
O povo, que paga seus impostos e sustenta as decisões e os gastos realizados por seus representantes, tem o direito de se manifestar diante de sua maior representante e, esta, tem obrigação moral de enfrentar as críticas que suas ações provoquem.
Se isso não ocorre, mesmo assim, isto tem uma interpretação: covardia moral!