No primeiro tempo, o Brasil teve duas ótimas jogadas. A primeira, dar a bola para Neymar. A segunda, dar a bola para Neymar.
Como Camarões marcava muito à frente e deixava enormes espaços nas costas dos defensores, ficou muito fácil.
David Luiz transformou-se em um grande lançador, com excelentes passes longos, com as pernas direita e esquerda.
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Por outro lado, Camarões, com velocidade e troca rápida de passes, geralmente nos espaços deixados pelos laterais brasileiros, fez um gol e poderia ter feito outros, assim como também o Brasil.
No segundo tempo, além do show de Neymar, um espetáculo, entrou Fernandinho. Ele desarmou, trocou passes e ainda fez um belo gol. Tomou conta da posição.
Paulinho continua invisível. Hulk apanhou da bola. Fred, em vez de fugir dos zagueiros, adora marcá-los.
Luiz Gustavo, ótimo na marcação, deu um excelente passe para o primeiro gol. Oscar, coletivamente, foi excelente. Individualmente, fraco.
O Brasil vai enfrentar, novamente, o Chile, nas oitavas.
A avalanche chilena foi bloqueada pela forte defesa da Holanda. Vidal, o melhor dos chilenos, fez muita falta.
Em janeiro de 2010, estava de férias no Chile. Um taxista, encantado com sua seleção, na época, dirigida pelo Loco Bielsa, mestre do louco Sampaoli, disse que o Chile seria campeão na África do Sul.
Falei a ele que, provavelmente, o Chile enfrentaria o Brasil, nas oitavas, e que, para o Brasil vencer, bastaria jogar bolas na área para os grandalhões, contra os baixinhos chilenos.
Assim, saiu o primeiro gol, nesta segunda (23/6), da Holanda.
O taxista não gostou. Tentei consertar, mas já era tarde. Foi o que aconteceu na Copa de 2010, repetindo 1998.
As chances do Brasil são maiores, o que não significa que já está tudo definido.
A história conta o que ocorreu. Na frente, continua tudo escuro.
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*Tostão, médico e ex-jogador do Cruzeiro e da Seleção.