Será que é mesmo um bom momento? 14/08/2014
- Blog de Reinaldo Azevedo - Veja.com
O Datafolha anuncia que registrou uma nova pesquisa no TSE. As entrevistas já começam a ser feitas nesta quinta. O resultado Já deve vir a público no sábado ou no domingo.
Tudo indica que será antes de o PSB e seu aliados decidirem se Marina Silva será ou não a substituta de Campos.
Dois cenários serão testados: com a líder da Rede em lugar dele e com candidato nenhum.
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Cada um faça o que quiser. Eu escrevo o que penso: acho que, sob o impacto da morte de Campos -- que não tende a durar no tempo com a mesma intensidade --, o resultado pode trazer uma distorção importante.
Marina sempre teve um percentual acima do de seu aliado.
Eu mesmo lembrei aqui que, no último Datafolha em que seu nome foi testado, ela apareceu com 27%; ele, com 14% -- depois murchou.
A líder da Rede também não teria hoje a mesma projeção. Mas aparecerá intensamente no noticiário nestes dias.
Há, então, fatores conjunturais aí que podem interferir de maneira importante no resultado da pesquisa, o que tenderia a criar um forte impacto na coligação: um eventual número vistoso, dadas as circunstâncias, praticamente impõe o nome de Marina sem condicionantes.
Em vez de ela negociar com a coligação -- já que a sua pauta é outra --, podem-se criar as condições para se dar o contrário: a coligação ter de negociar com ela.
E não é só: Campos, o PSB e a sua postulação jamais teriam merecido o destaque que necessariamente terão nestes dias.
As circunstâncias trágicas não alteram um dado da realidade. O natural é que haja um movimento de solidariedade misturado a piedade.
Aliás, espero que assim seja, se querem saber.
Os que não se comovem diante de uma tragédia como essa, digo sem medo de errar, não são pessoas emocionalmente saudáveis…
Se alguém acha que estou a fazer considerações em favor desse ou daquele, erra o alvo.
Há o risco até de a candidatura do PT sofrer um impacto negativo.
Como ignorar que a hashtag #foiaDilma chegou a integrar os trending topics do Twitter?
É claro que se trata de uma bobagem, meio asquerosa até, mas as ondas vão se criando.
Até no programa diário que faço na Jovem Pan -- Os Pingos no Is --, surgiram hipóteses conspiratórias.
É evidente que não vou ficar aqui a negar essa possibilidade porque não faz nenhum sentido.
Mas é preciso ficar claro que uma Marina candidata é um cenário pior para Dilma -- quando menos porque elimina de vez a chance de vitória no primeiro turno.
Mais: a esta altura, nem se sabe ao certo quando será feita a cerimônia de sepultamento. Vamos acompanhar a coisa nas próximas horas.
Será preciso fazer exame de DNA para identificar os restos mortais dos sete ocupantes do avião.
“Ah, mas é interessante saber o que as pessoas pensam, assim, logo depois da tragédia…”
É, sim. Mas cabe indagar se, nesse caso, uma pesquisa não se torna, além de medidor de opiniões e escolhas, também um fator eleitoral.