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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Neymar, seleção e... Pelé
15/10/2014 - Antero Greco - O Estado de S.Paulo

Marcar quatro gols para a seleção num jogo merece destaque. Independentemente da qualidade do adversário, do local da proeza, das circunstâncias, não deixa de ser bacana, chama a atenção, enche de moral. Neymar ficou todo prosa pela quadra que aprontou pra cima do Japão, no amistoso disputado em Cingapura.

Muito bem. Com tal desempenho mostrou, pela enésima vez, que na atualidade o time nacional precisa girar em torno dele para se desvencilhar de obstáculos e obter sucesso. Mano e Felipão sabiam disso; Dunga, renitente em 2010, agora chegou à mesma e óbvia constatação. O moço entende de bola, e tomara tenha vida longa com a camisa amarela.

Na onda de euforia que a afoiteza sempre ajuda a desencadear, não faltaram elogios, projeções pra lá de otimistas e números para exaltar Neymar. Há necessidade de vendê-lo como um ícone -- e, para tal, se recorre à estatística, uma das deusas dos tempos modernos.


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Vai daí que um amante de manuais de curiosidades notou que o ex-santista tem 40 gols (mais ou menos) pela seleção e que, nessa toada, ultrapassará Pelé, que fez em torno de 100. Confesso que não me interessa conferir quanto cada um anotou; é frio.

Pronto, lá vem a inevitável comparação com o Rei, o desejo incontido de cotejar a genialidade de um craque único com o que outros atletas de alto nível produzem. Nota-se a obsessão de buscar peculiaridades que levem a derrubar, a desconstruir (para ficar em termo da moda) o mito Pelé.

Para as novas gerações, é imprescindível escarafunchar dados que indiquem a queda iminente do brasileiro mais notável que passou pelos gramados.

Por que será que incomoda tanto a longevidade do brilho da estrela negra?

Por que a persistência, inconsciente até, de notar que fulano ou sicrano, daqui ou de fora, mostram trajetória que porá por terra uma história legendária?

Há certo prazer de vislumbrar a ultrapassagem. Aqui tem de morrer para alcançar reconhecimento!

Cruz credo!

Se os argentinos contestam Pelé, entendo. Mas nós... vejo como incontido sinal de complexo de inferioridade. Pelé é incomparável, e uma grande bobagem entendê-lo por algarismos. Parâmetros para cotejá-lo só magia, arte e encanto. Encheu a tendência a julgar tudo por números, cifras.

No esporte -- e na vida -- a medida é o Homem, entidade mutável e surpreendente, não a Matemática, monotonamente sempre a mesma. E não me venha com o papo de "Pelé, sim, é fera. Mas o Edson..."

Novo time, mas...

A seleção venceu os quatro jogos realizados sob o comando de Dunga, no Retorno da Missão. Retrospecto bom para o treinador e para os rapazes. A maré mansa serve para tocar o trabalho com tranquilidade. Não vamos bater bumbo por isso; estamos escaldados o suficiente para termos cautela. Desde 2002, foram vários os períodos em que o Brasil empolgou e, na hora H, levou tombo. Com Parreira, Dunga, Mano e Felipão.

Vale notar, porém, que há mudança de perfil no time, em relação àquele do Mundial. Dunga testa novos laterais (Danilo, Felipe Luís), elevou Jefferson a titular no gol, garimpa alternativas na zaga, já que Thiago Silva sofre com contusões recorrentes, alterou o meio-campo e escolhe alternativas para o ataque. Ao mesmo tempo em que preserva o que herdou de bom dos antecessores.

Indício de inquietude, de exploração para chegar à formação ideal e, sobretudo, prova de que a safra pode não ser extraordinária, mas não secou como se supunha. Dunga também apelou para os veteranos Kaká e Robinho, para dar-lhe suporte, e ambos corresponderam. Se terão fôlego para 2018, é outra história.

A seleção da CBF, distante do Brasil, fatura milhões de dólares e, paralelamente, se reconstrói. Desafios no duro virão no ano que vem, com a Copa América e com o início das Eliminatórias. Há caminho enorme a percorrer. Até a Rússia, muita água vai rolar - e, se possível, que parte dela fique no Cantareira. Que seca!


  

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