A herança maldita do lulopetismo: vender ovo por carne! 16/10/2014
- Blog de Rodrigo Constantino - Veja.com
Todos conhecem a velha expressão “vender gato por lebre”. Saibam que ela foi adaptada para os tempos petistas, e agora se diz “vender ovo por carne”.
É quando um vigarista tenta ludibriar algum trouxa qualquer, jurando a ele que aquele ovo (podre ainda por cima) é um maravilhoso filé mignon, quiçá um kobe bife!
Somente um bando de cínicos de primeira conseguiria isso, não é mesmo? Pois é exatamente no que o PT se transformou.
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Em sua coluna na Folha, Francisco Daudt chama a atenção para essa herança maldita que os doze anos de lulopetismo nos deixarão, se o eleitor tiver juízo e disser um “basta” nas urnas.
Ele cita alguns exemplos do típico discurso canalha do PT, como aquele que sinaliza com mudança de ministro da Fazenda como se não fosse a própria presidente a responsável pela política econômica atual, ou aquele que explora a ingenuidade dos pobres com terrorismo de que banco central autônomo representa sumiço de comida da mesa, ou ainda aquele de que é antipatriótico “atacar” a Petrobras e que os tucanos vão privatizá-la, enquanto o objetivo é justamente tirá-la das mãos de uma quadrilha.
E conclui:
O denominador comum de todas essas histórias é o CINISMO, o deboche com que se mente e se engana o povo pobre e desinformado.
Marina, um contraste de integridade gritante, sobretudo quando posta ao lado de Madame, disse que o povo já rejeitou o que está aí. Não é tão idiota quanto os outros contavam com que ele fosse.
Capistrano de Abreu propôs uma constituição de apenas dois itens:
1. Todo brasileiro é obrigado a ter vergonha na cara.
2. Revoguem-se as disposições em contrário.
A herança maldita desses 12 anos de lulopetismo é a falta de vergonha na cara que desceu sobre nós em cascata, vinda do Planalto.
O ápice do cinismo talvez seja o discurso econômico mesmo, principal calcanhar de Aquiles do governo Dilma.
A repetição de que os problemas atuais se devem à crise internacional é uma prova incontestável de como o PT usa a mentira como método sistemático.
Em sua coluna no mesmo jornal, o ex-diretor do Banco Central, Alexandre Schwartsman, derruba essa falácia, como já fiz aqui em diversas ocasiões:
Diante da mais severa crise do capitalismo desde os anos 30 do século passado, a redução do crescimento brasileiro seria consequência inevitável, descontadas, é claro, todas as bravatas sobre a “marolinha” que jamais afetaria o desempenho nacional.
O argumento, reproduzido à exaustão a cada pronunciamento ministerial, é logicamente impecável, sofrendo apenas de um modesto problema: não guarda a mais remota semelhança com o ocorrido, seja no que se refere ao Brasil, seja no que diz respeito à economia global.
Não é necessário mais que uma simples tabela para demolir a história oficial, no caso uma que compare o crescimento brasileiro ao mundial, assim como ao do conjunto dos países emergentes, cobrindo os últimos cinco mandatos presidenciais.
“Nunca antes na história recente deste país o Brasil ficou tão para trás da economia global”, resume o economista.
E conclui:
Nenhum desses fenômenos óbvios é sequer reconhecido como problema no discurso oficial, que continua a insistir nas fantasias que criou, vendendo ovo por carne, tentando justificar a injustificável deterioração em praticamente todas as dimensões da economia brasileira.
O PT de Dilma está destruindo nossa economia. Mas o maior estrago é mesmo no campo da moral, do debate honesto, pois os petistas, cínicos a ponto de fazer Antístenes corar de vergonha, conseguem avacalhar qualquer tentativa de discussão com base nos fatos.